quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A terra numa aldeia

Se pudéssemos reduzir a população da Terra a uma pequena aldeia de exatamente 100 habitantes, mantendo as proporções existentes atualmente, sería algo assim:

Haveria: 57 asiáticos
21 europeus
8 africanos
4 americanos

52 mulheres
48 homens
70 não seriam brancos
30 seriam brancos
70 não cristãos
30 cristãos
89 heterossexuais
11 homossexuais

6 pessoas possuiriam 59% de toda riqueza.

Das 100 pessoas, 80 viveriam em condições sub-humanas.

70 não saberiam ler
50 sofreriam de desnutrição
1 pessoa estaria a ponto de morrer
1 bebê estaria prestes a nascer

Só 1 teria educação universitária.

Nesta aldeia, haveria apenas 1 pessoa com computador.

Ao analisar nosso mundo desta perspectiva tão reduzida, se faz mais presente a necessidade de aceitação, entendimento, e educação.

Agora pense... Se você se levantou nesta manhã com mais saúde que doenças, então você tem mais sorte do que milhões de pessoas que não sobreviveram nesta semana.

Se você nunca experimentou os perigos da guerra, a solidão de estar preso, a agonia de ser torturado, ou a aflição da fome,então, você está melhor que 500 milhões de pessoas.

Se você tem comida na geladeira, roupa no armário, um teto sobre sua cabeça e um lugar onde dormir, você é mais rico que 75% da população mundial.

Se você guarda dinheiro no banco, na carteira, e tem algumas moedas em um cofrinho... já está entre os 8% mais ricos deste mundo.

Se seus pais ainda estão vivos e unidos, você é uma pessoa muito rara.

Se você leu esta mensagem, tem melhor sorte que mais de 2 bilhões de pessoas neste mundo, que não sabem sequer ler.

Conclusão: o mundo sempre foi um lugar pobre, doente e cheios de tragédias. São pouquíssimos os materialmente ricos. O que existe é um monde de decisões erradas que acabam alimentando mais ainda a pobreza (Clique e leia mais a respeito).

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A revista Veja e a militancia de esquerda nas escolas

Pois é. Uma colega postou esta foto no facebook. Ela é sociologa e parece não concordar muito com o comentário feito pela revista. O L.S. nitidamente detesta mas pode-se ver pelo comentário emocional que não entende do que está falando.



L.S. - Eu não sei nem expressar meu nojo por essa revista. Na real, melhor não expressar, senão vou estar fazendo pregação ideológica de esquerda por ter tido sociologia e filosofia no colégio.
José Lamartine Neto - Quem conhece as razões que levaram ao contra-golpe de 1964 e o que vem acontecendo na sociedade brasileira desde então, acaba vendo esta publicação como, provavelmente uma das únicas a colocar um periscópio para fora deste mar de ideologias esquerdistas que assolam o país. Como crianças mimadas, quando não fazem a vontade ou não recebem dengo, ou ouvem o que querem, fazem beicinho, característica que quem ainda está submerso, que não tolera a democracia (convivência dos opostos).
C.A.S. (outro sociólogo) - O que quer dizer periscópio para fora?
José Lamartine Neto - Oi C.A.S., o periscópio tem como principal serventia mostrar que nem tudo é mar, onde o senso de orientação está limitado dependendo de sonares, ou seja, interpreta-se algo pela interpretação da realidade que está la fora.
Com o periscópio é possível enxergar o sol, o céu e as estrelas. Desta forma, o periscópio é como outro paradigma. A revista Veja pode ser desprezível mas te digo, não é a única fonte de informação disponível que formam uma rede de periscópios.
É preciso renovar a oxigenação da tripulação, já que ninguém consegue viver com ar viciado em ambiente confinado.
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A pobreza é fácil de ser explicada

por Walter Williams, terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Instituto Ludwig von Mises

Acadêmicos, políticos, clérigos e outros tipos sempre aparentam perplexidade frente à seguinte questão: por que existe pobreza no mundo? As respostas normalmente variam, indo desde exploração e ganância até escravidão, colonialismo e outras formas de comportamento imoral. A pobreza é vista como um fenômeno que deve ser explicado apenas por meio de análises complicadas, doutrinas conspiratórias, fórmulas mágicas e feitiçarias. Essa visão acerca da pobreza é, na verdade, parte do problema, impedindo que a questão seja abordada corretamente.

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Na realidade, há muito pouco de complicado ou de interessante na pobreza. A pobreza tem sido a condição natural e permanente do homem ao longo da história do mundo. As causas da pobreza são bem simples e diretas. Em termos gerais, indivíduos em particular ou nações inteiras em geral são pobres por uma ou mais das seguintes razões: (1) eles não podem ou não sabem produzir muitos bens ou serviços que sejam muito apreciados por outros; (2) eles podem e sabem produzir bens ou serviços apreciados por outros, mas são impedidos de fazer isso; ou (3) eles voluntariamente optam por ser pobres.

O verdadeiro mistério é entender por que realmente existe alguma riqueza no mundo. Isto é, como uma pequena porção da população humana (em sua maioria no Ocidente), por apenas um curto período da história humana (principalmente nos séculos XIX, XX e XXI), conseguiu escapar do mesmo destino de seus predecessores?

Algumas vezes, referindo-se aos EUA, as pessoas justificam sua riqueza apontando para o fato de que o país é abundante em recursos naturais. Tal explicação, entretanto, é insatisfatória. Fosse a abundância de recursos naturais a causa de riqueza, a África e a América do Sul seriam os continentes mais ricos do mundo, e não o lar de algumas das pessoas mais miseravelmente pobres do planeta. Em contrapartida, tal explicação, por uma questão de lógica, infere que países pobres em recursos naturais, como Japão, Hong Kong e Grã-Bretanha, deveriam ser miseráveis, e não estarem classificados entre os lugares mais ricos do mundo.

Outra explicação insatisfatória para a pobreza é o colonialismo. Esse argumento sugere que a pobreza do terceiro mundo é uma herança pelo fato de tais países terem sido colonizados, explorados e espoliados de suas riquezas pelos países colonizadores. Ocorre, porém, que países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia também foram colônias; e ainda assim estão entre os mais ricos do mundo. Hong Kong foi colônia da Grã-Bretanha até 1997 — quando a China reconquistou a soberania da ilha —, mas consegui se tornar a segunda mais rica jurisdição política do Extremo Oriente. Por outro lado, Etiópia, Libéria, Tibete e Nepal jamais foram colônias, ou foram por apenas alguns poucos anos, e ainda assim figuram entre os países mais pobres e mais atrasados do mundo.

Não obstante as várias críticas justificáveis ao colonialismo e, devo acrescentar, às multinacionais, o fato é que ambos serviram como uma forma de transferência de tecnologias e de instituições ocidentais, fazendo com que pessoas de países atrasados entrassem em contato com o mundo ocidental, mais desenvolvido. Um fato trágico — embora pouco comentado — é que vários países da África passaram por expressivos declínios econômicos após suas independências. Em muitos desses países, o cidadão médio pode dizer que comia mais regularmente e usufruía mais proteções aos seus direitos humanos quando ainda estava sob domínio colonial. As potências coloniais jamais perpetraram os indescritíveis abusos de direitos humanos — incluindo-se aí o genocídio — que vimos ocorrer em países como Burundi, Uganda, Zimbábue, Sudão, África Central, Somália e outros lugares após sua independência.

Qualquer economista que diga saber uma resposta completa para as causas da riqueza deve ser imediatamente visto com muita desconfiança. Simplesmente não sabemos plenamente o que torna algumas sociedades mais ricas que outras. Entretanto, podemos fazer suposições baseadas em correlações. É relativamente simples. Comece enumerando os países de acordo com seu sistema econômico. Conceitualmente, podemos ordená-los desde os mais capitalistas (aqueles que possuem um mercado mais livre) até os mais comunistas (aqueles que possuem ampla intervenção e planejamento estatal). Então consultamos a Anistia Internacional e seu ranking de países ordenados de acordo com abusos de direitos humanos. E então utilizamos as estatísticas de renda fornecidas pelo Banco Mundial para ordenar os países da maior até a menor renda per capita.

Ao se compilar essas três listas, seria possível observar uma correlação muito forte, embora imperfeita: aqueles países com maior liberdade econômica tendem também a oferecer maiores proteções aos direitos humanos. E seus cidadãos são mais ricos. Dado que tal descoberta não é uma coincidência, especulemos os motivos dessa correlação.

Direitos e prosperidade

Uma maneira de mensurar a proteção aos direitos humanos é perguntando até que ponto o estado protege a propriedade privada e a liberdade de trocas voluntárias — ou seja, o direito de adquirir, possuir e se desfazer de propriedade da maneira que mais aprouver ao indivíduo, desde que ele não viole os direitos de terceiros. A diferença entre a propriedade privada e a propriedade coletiva não é meramente filosófica. A propriedade privada produz incentivos e resultados sistemicamente distintos da propriedade coletiva.

Dado que os coletivistas frequentemente banalizam os direitos de propriedade privada, vale à pena elaborar essa questão. Quando os direitos de propriedade são aplicados integralmente à propriedade privada, todos os custos e benefícios das decisões que um indivíduo proprietário toma ficam concentrados nele e nele apenas. Já quando os direitos de propriedade são coletivizados, eles se tornam difusos e dispersos pela sociedade.

Por exemplo, a propriedade privada força os proprietários de imóveis a levarem em consideração o efeito que suas atuais decisões terão sobre o valor futuro de seus imóveis. Por quanto tempo mais um imóvel continuará sendo valorizado como uma boa moradia — e, por conseguinte, ser revendido a um bom preço — é algo que vai depender exclusivamente de como seu proprietário irá cuidar dele. Assim, uma propriedade gerida privadamente faz com que a riqueza de um indivíduo seja refém de suas atitudes; esse indivíduo, para manter sua riqueza, terá de incorrer em uma atitude "socialmente responsável": economizar recursos escassos.

Compare esses incentivos àqueles gerados pela propriedade coletiva. Quando o governo é o proprietário de um imóvel, um indivíduo não tem incentivos para cuidar bem deste imóvel simplesmente porque ele, caso aja assim, não irá capturar o benefício completo de seus esforços. O resultado de seus esforços será disperso por toda a sociedade. Por outro lado, para este mesmo individuo, os custos de ele ser descuidado e desleixado com o imóvel coletivo também serão similarmente dispersos pela sociedade. Não é necessário ser um gênio para prever que, sob tais circunstâncias, os cuidados para com essa propriedade serão muito menores. Simplesmente não há incentivos para tal atitude; não há incentivos para se economizar recursos escassos. A propriedade coletiva gera desperdício de recursos escassos, sendo portanto socialmente irresponsável — justamente o contrário do que almejam seus apologistas.

Mas a propriedade nominalmente coletiva não é o único arranjo que desestimula essa responsabilidade social. Quando o governo tributa a propriedade, ele altera as características inerentes ao ato de possuir uma propriedade. Se o governo, por exemplo, impuser um imposto de 75% sobre a venda de imóveis, tal medida irá reduzir os incentivos que um indivíduo possui para utilizar sua propriedade de maneira sensata, economizando recursos escassos. Tal medida, na verdade, estimularia um comportamento mais desleixado do indivíduo proprietário, o que levaria a uma rápida deterioração do imóvel, uma destruição de recursos escassos. Afinal, para que cuidar bem de algo que, ao ser vendido, não lhe trará grandes receitas?

Esse argumento se aplica para todas as atividades, inclusive trabalho e investimento. Qualquer medida que reduza o retorno ou aumente o custo de um investimento irá reduzir os incentivos para que se faça tal investimento. Isso é válido tanto para investimentos em capital humano quanto para investimentos em capital físico — isto é, aquelas atividades que elevam a capacidade produtiva dos indivíduos.

De maneira significativa, a riqueza das nações está incorporada em seus cidadãos. O exemplo mais acabado disso é a experiência dos alemães e japoneses após a Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, os bombardeios das forças aliadas destruíram praticamente todo o estoque de capital físico desses dois países. O que não foi destruído foi o capital humano das pessoas: suas habilidades físicas e mentais, e sua educação. Em duas ou três décadas, ambos os países ressurgiram como formidáveis forças econômicas. Não foi o Plano Marshall, tampouco os outros subsídios americanos à Europa e ao Japão, que trouxe a recuperação a esses dois países; nem haveria sentido econômico caso isso ocorresse.

A correta identificação das causas da pobreza é algo crítico. Se ela for vista, como ocorre muitas vezes, como resultado da exploração, a política que naturalmente irá ser sugerida é a redistribuição de renda — isto é, o confisco governamental da renda "adquirida injustamente" por algumas pessoas e sua subsequente "restituição" aos seus proprietários "por direito". Trata-se da política da inveja: programas assistencialistas cada vez maiores em nome de uma suposta igualdade, a qual é impossível de ser obtida na prática.

Quando a pobreza passar a ser vista como o que realmente é, a saber, o resultado de intervenções governamentais irracionais — como regulamentações, burocratização, tributação e inflação — e da falta de capacidade produtiva, políticas mais eficazes surgirão.

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Para mais sobre o assunto, veja este artigo aqui.


Walter Williams é professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Suas colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.

Tradução de Leandro Roque

domingo, 15 de janeiro de 2012

Religião, moral e politica

Uma colega colocou este tema de religião e sexo na nossa intranet. O tema começa assim:

"Religião e sexo nunca foram assuntos que andaram lado a lado. Para muitas crenças, o sexo é apenas parte do processo reprodutivo e o prazer é condenado. Outros acreditam que o sexo deva ser feito apenas depois do casamento e apenas com a pessoa que Deus escolheu para você." (matéria completa em http://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/evang%C3%A9licos-tamb%C3%A9m-gostam-sexo-190753499.html).
Chegou a comentar que "Aos poucos os evangélicos vão demonstrando seu verdadeiro lado bandido. E em nome de Jesus!!!"

Isso motivou uns comentários que enviei-lhe. Foi o seguinte...

Isso de moral e ética ligada a religião é um prato cheio ... Parece que das três bases da sociedade ocidental que são a filosofia grega, o direito romano e a moral judaico-cristão, esta ultima é a única que vem sendo sistematicamente atacada ao ao logo das ultimas décadas criando na sociedade brasileira mudanças de valores tão grandes comparada com os das ultimas gerações, que implicaram (e implicam) inclusive em mudanças de comportamento, numa verdadeira obra de engenharia social, tornando nossa sociedade cada vez mais adepta de valores que sempre repugnou.

Os valores que hoje nós cultivamos foram "implantados" pelos diversos canais de influencia: radio, jornais, TVs, internet, professores, lideres, canais político-ideológicos, etc. Isso ja foi estudado e transformado em técnica de manipulação por diversos estudiosos como Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Wilhelm Reich, Noam Chomsky e outros frankfurtianos ou não. O mais engraçado é que para se defenderem acusam de "teorias da conspiração", mas acreditem, até isso a inteligencia mediana acredita.

A esta estratégia de enfraquecimento/mudança de valores, que antes aglutinavam a sociedade vêm, através da infiltração lenta e progressiva nas mentes fazendo um trabalho formidável de readequação cognitiva da sociedade. Isso foi reforçada quando descobriram o potencial dos escritos do italiano Antonio Gramsci. Os nossos terroristas e fugitivos de 64 conheceram mais a fundo os tais Cadernos do Cárcere e dada sua utilidade na conquista do poder, passou a ser utilizado cada vez mais no Brasil se infiltrando e influindo nas relações éticas (ou nos comportamentos anti-éticos institucionais). Resultado: Vitória sem luta, já que as mentes foram derrotadas e para isso se vale de tudo mas, inclusive da mentira como pregava Joseph Goebbels. Isso sempre foi uma marca.

Assunto que não chamou a atenção: Há poucas semanas foi divulgado um relatório sobre os assassinatos no Brasil. Isso sim, um verdadeiro escândalo: 1.091.125 assassinatos nos últimos 30 anos, 49.932 vidas só em 2010 (ver tabelas em http://joselamartine.blogspot.com/2011/12/nunca-se-matou-tanto-no-brsil.html). Mas a natureza da engenharia social é tanta e tão introjetada que o desvio de foco nos aponta para assuntos que são irrelevantes, basta ver o que acontece nas redes sociais como facebook.

A colega faz uma réplica começando por...

Prezado prof. Lamartine
Senti-me gratificada pela resposta madura e de alto nível, inclusive por citar fatos e explicar parte de teorias que não tinha conhecimento. Sobre o problema da moral judaico-cristã, acho que existe um problema de natureza excessivamente dogmática que ainda sustenta essa predominância religiosa. Isso parece um retrocesso. Sinto-me parada no tempo.

Para mim é estranho que seres civilizados e que criaram um elemento chamado inteligência ainda se deixem levar por uma fantasia baseada numa tragédia de tempos atrás. E mais ainda, que toda aquela fábula continue sendo uma ilusão tida como planetária. Se Jesus existiu, há diversos problemas em acreditar nos seus feitos, mesmo baseado em escrituras que ninguém pode provar de onde vieram. Quanto mais, acreditar numa estória que represente uma ética, no mínimo, contraditória.

Antes de mais nada, Jesus era um rebelde, um fora-da-lei, um beberrão dotado de eloquência, influência no discurso e "crente". Devemos lembrar que os romanos também estavam num processo civilizatório. Se era bom ou ruim, não podemos saber. Um jesus era muito impactante para um governo que buscava consolidação. Qualquer governo seria assim, já que o próprio processo civilizatório ainda era muito recente. Depois do surgimento do Direito e isso ocorreu lentamente, as classes e suas diferenças vieram aamadurecer determinados assuntos.

Não consigo parar de questionar a legitimidade cristã para levantar questões morais atuais, levando em consideração que seu público era de um pouco mais de 800 pessoas (talvez 1000 para ser otimista) ilhadas numa região arcaica. Jesus estava iludido e sua paixão era suicida.
Será que nós acreditaríamos se hoje um mendigo, miserável, rip, etc., saísse por aí dizendo que é "rei planetário e único filho de Deus, num mundo de dezenas de trilhões de pessoas"? E se esse mendigo arrastasse uma multidão via web, via tv paga, tv gratuita, nas manifestações públicas, etc., iniciasse um grande conflito? Nós mesmos não iríamos reprimi-lo, principalmente porque sabíamos que esse mendigo era um alucinado, influenciado por uma mãe dogmática repressora moderada (Maria fez toda a alegoria)? E que a comunidade a que eles mantinham influência não tinha certo discernimento necessário para filtrar aqueles que se dizem profetas?

Toda a história cristã é questionável, desde a bíblia. Quanto mais seus seguidores universais...
Falar de moral, ética com base em jesus é estranho. Que ética ele teve com os romanos (não falo do exército romano, mas do povo) e com os seus sabendo que eles iriam morrer?

Só que o mais contraditório é ver pessoas que se julgam o ápice da fé, da emancipação religiosa, da decoreba da bíblia cristã, da moral, do CASAMENTO, da LEALDADE, da FIDELIDADE, alternarem seus aspectos morais, tendo como exemplo este da sexualidade, presente na matéria. Isso não seria uma pseudo-moral?

Então estou oferecendo esta tréplica...

Vamos por partes. A questão da natureza da moral judaico-cristã, diferentemente de natureza científica, não é para ser comprovada, se submetendo a um processo iluminista do positivismo na sua busca da verdade. Trata de verdades de fé, e estas não são comprováveis experimentalmente. Ou se acredita ou não. Não precisa do aval da ciência para dizer se é verdade ou não para o indivíduo, portanto esta saber está submetido ao paradigma mais antigo e o novo (da ciência) tenta submetê-lo.

O que nos tornou civilizados foi a ciência ou a forma racional e empírica do saber? Claro que não. Certamente para termos chegado onde chegamos foi em função de termos seguido um código de conduta, e neste ponto ele é introjetado também como uma ideologia, um marco no relacionamento entre as pessoas. Então, o que há de errado, por exemplo, com os 10 mandamentos? Qual é o retrocesso?

Neste ponto nossa "civilização" não é em nada melhor do que a passada, pois fomos abrindo mão de vários pontos deste código em troca da “lei do Gérson”, ou “os fins justificam os meios”, regredindo em alguns pontos. Seguir uma religião, ter preenchido este espaço interior, não é uma decisão que coletiva, é uma escolha pessoal, como deve ser a busca da verdade, individual e nunca coletiva. Mesmo assim, percebemos que vários compartilham de sua fé.

Quanto a Jesus se foi real ou não isso é o que menos importa. Ele deixou de ser um ser e foi transformado em um símbolo, a imagem que dele fizeram. Lembra que na Bíblia tem uma passagem narrando o conflito no qual deve-se ou não pagar os impostos a Roma? Pois bem, o que foi que Jesus aconselhou? “Dai a César o que é de César”. Os judeus tinham suas leis, mas existiam as leis romanas que eram dominantes e estas não deveriam ser quebradas e sim obedecidas. Como revolucionário ele era muito diferente da postura arrogante de hoje que para tudo queremos mudar as leis e conformá-las segundo nossa imagem e semelhança. É deste mesmo revolucionário que você estava falando?

A cada época o seu inferno. Os mandatários do passado sabiam que iriam ser julgados em um tribunal do futuro, mas provavelmente respeitando-se as leis do momento ou segundo suas próprias criações, senão muito pouco teria sido feito na humanidade. Penso que não faz sentido julgar o passado pelas leis atuais. Os padrões e os valores mudam conforme já explanamos. O que antes era permitido, devido a diversas circunstância daquele momento, hoje jamais concordaríamos. Então qual o sentido de justiça se tudo é condenável, bastando esperar o tempo passar? Veja o que aconteceu com os terroristas brasileiros que nas décadas de 1960 e 1970 explodiram bombas, mutilaram pessoas, roubaram centenas de bancos, cometeram atentados a quarteis, assassinaram estrangeiros, "justiçaram" muitos de seus próprios membros, seqüestraram, mentiram e se associaram a nações estrangeiras contra o Brasil. De bandidos do passado a honoráveis senhores e governantes, alguns heróis do presente, gordas indenizações pagas pelo nosso dinheiro a título de reparações pelos “danos” que o Estado lhes causaram, enquanto suas vítimas e suas famílias são relegadas ao esquecimento. Então, o errado vira o certo, o ruim vira o bom, o crime vira virtude como temos visto aqui no Brasil. Só depende da ideologia que esteja no poder, e no nosso caso, é muito importante fragilizar condutas morais com ataques e boatos, mentiras, influência de professores já doutrinados (é obvio que eles não têm consciência disso) nos jovens estudantes, além de dezenas de outros meios.

Onde quero chegar: mostrar que de forma sistêmica existe uma teia de conexões entre a tentativa de desmoralização de entidades que pregam uma moral judaico-cristã e uma tentativa de tomada de poder político-ideológico e nosso país.

Quanto aos processos da igreja, seria muito bom avaliar o que já existe de disponível acerca dos seus tribunais da inquisição, avaliar o como se dava o rito do direito canônico. Os acusados, depois de anos de julgamento eram sentenciando e muitos eram libertos. Não foram julgados e condenados em ritos sumários como os praticados por alguns daqueles que hoje são tidos como heróis brasileiros, homenageados com nomes de ruas e tudo mais.

Neste aspecto quando a civilização ocidental tentou criar outros padrões de conduta humana diferentes daqueles instituídos pela conduta de uma moral judaico-cristã tiveram resultados desastrosos. Veja os três exemplos a seguir:

O primeiro ocorreu na França do seculo XVIII com a Revolução Francesa. No seu processo de implantação, trouxe mais mortes nos primeiros 90 dias do que 400 anos de inquisição espanhola.

O segundo caso é sobre a tentativa de se criar sociedades a partir de “um novo homem” pregado pelo Socialismo (em cujo discurso afirma que a finalidade seria o Comunismo) já neste ultimo século XX evidencia quais resultados senão as dez dezenas de milhões de mortos na URSS, China, Cambodja, Vietname, Coreia, Cuba e os seus respectivos agentes multiplicadores espalhados em diversas nações através daqueles grupos de terroristas que se diziam revolucionários a serviço da democracia?

O terceiro caso é o do socialismo nacionalista e não preciso citar a você o que o processo ideológico entranhado na mentalidade alemã trouxe como fruto. Mais alguns milhões de mortes.

Questionar-se quanto a legitimidade cristã para “levantar questões morais atuais” baseada em 800 (talvez 1000) pessoas pioneiras e o que dizer daqueles que começaram os movimentos da Revolução Francesa, Socialismo e o Nazismo? Que legitimidade moral teriam então estes movimentos a não ser tentar reduzir tudo a sua forma particular de pensar? Já notou que nenhuma delas permite que exista uma oposição intelectual à ideologia dominante pela existência de um patrulhamento ideológico rigoroso e violento, eliminando até mesmo fisicamente os opositores. Mas, aqui mesmo no Brasil atual já notou alguma semelhança dos métodos, ou seja, não é permitido a convivência civilizada dos opostos. Quando identificados são sumariamente atacados, admoestados, encapsulados de forma a ficarem isolados em um monologo solitário que equivale a eliminação (não física) das interações sociais. Percebe alguma semelhança nos métodos?

É por estas e outras razões que não coaduno com estas tentativas modernas de se criar novos padrões de conduta humana, inclusive nas suas novas roupagens do “politicamente correto” ou do “extremismo laico” e aqui no Brasil a normatização excessiva das condutas inclusive invadindo o lugar sagrado das realizações particular. Abuso de autoridade na privacidade. Se alguem, dentro da maioria dos círculos acadêmicos expressar sua fé, ou disser que acredita em “ET's” cai em desgraça.

Nesta linha de pensamento, uma das fábulas de Esopo, grego que dizem que viveu no século VI antes de Cristo (2.562 anos passados), fala sobre a mentira e o mentiroso. Uma delas em particular é bem interessante e chama-se “A raposa e o macaco”

“Um macaco e uma raposa viajavam juntos e discutiam para saber quem era o mais nobre. Ao chegar em determinado lugar o macaco fixou o olhar num ponto e começou a soluçar.
- Que é que há contigo? - perguntou-lhe a raposa.
Apontando os túmulos, o macaco respondeu:
- Como não chorar diante das estrelas dos meus pais, que foram escravos alforriados?
A raposa retrucou:
- Podes mentir a vontade. Nenhum deles se levantará para dizer ques estás mentindo.
Os mentirosos dizem o que querem quando não há ninguém por perto para desmenti-los.”

E neste caso a mentira não precisa ser “cabeluda”, basta que alguem conte a sua própria versão de fatos. Aliando-se esta versão a uma nova metodologia sócio-histórica com jeitão desconstrucionista para lhes dar ares científicos de verdade, de verdade relativa e pronto. Lamentavelmente os fatos não tem mais valor de fatos e sim a sua interpretação. Isso faz lembrar o que disse Marx (não o Karl mas o Groucho) “Você acredita em mim ou nos seus próprios olhos?”

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domingo, 8 de janeiro de 2012

Relações sociais e a saúde mental - Erich Fromm

“O que é muito enganoso no tocante ao estado mental dos indivíduos de uma sociedade é a ‘validação consensual’ de seus conceitos. Supõe-se, ingenuamente, que o fato de a maioria das criaturas compartilhar certas idéias e sentimentos prove a validez dessas idéias e sentimentos. Nada está mais afastado da verdade. A validação consensual não tem, como tal, qualquer impacto sobre a razão ou saúde mental. Assim como existe uma ‘folie à deux’, existe uma ‘folie à millions’. O fato de milhões de criaturas compartilharem os mesmos vícios não os transforma em virtudes, o fato de elas praticarem os mesmos erros não os transforma em verdades e o fato de milhões de criaturas compartilharem a mesma forma de patologia mental não torna essas criaturas mentalmente sadias”

FROMM, Erich. Psicanálise da Sociedade Contemporânea. 8ª edição, Rio de Janeiro, Zahar, 1976, p. 28

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Steven Pinker: Vivemos no melhor dos tempos

06/01/2012

Steven Pinker: Vivemos no melhor dos tempos

Em entrevista para a jornalista Gabriela Carelli, de VEJA, o psicólogo Steven Pinker conta: “Vivemos no melhor dos tempos”. Confiram:
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O canadense Steven Pinker, de 57 anos, professor de psicologia da universidade americana de Harvard, é autor de treze livros que fizeram dele uma celebridade intelectual planetária. Seu sucesso se deu sem que ele fosse forçado a banalizar suas concepções científicas. Em seu novo livro, The Better Angels of Our Nature – Why Violence Has Declined (Os Anjos Bons Dentro de Nós – Por que a Violência Declinou), Pinker demonstra com estatísticas que a humanidade passa por seu mais pacífico período histórico. Nessa visão, o terrorismo islâmico, os massacres em escolas e locais públicos e a criminalidade urbana empalidecem diante da brutalidade sem limites das eras anteriores. Pinker diz que o anjo civilizatório, enfim, aprisionou a maldade inata do homem.

Por que os ataques de 11 de setembro de 2001 ou o massacre de quase uma centena de inocentes na Noruega em julho passado não desmentem sua tese?

As estatísticas são imprescindíveis para justificar qualquer argumento científico. Elas são um método válido e seguro de avaliação. É o que torna a minha tese legítima. Nenhum cientista sério poderia afirmar que vivemos o período mais pacífico da humanidade só com base em impressões que ele próprio ou os outros têm sobre determinados eventos. A mente humana é vulnerável a enganos e ilusões. Nossas impressões sobre quão violento e cruel é um determinado episódio devem-se à nossa memória, que sempre é contaminada pelas emoções que sentimos quando presenciamos ou vivenciamos algo. Hoje em dia, grande parte da elite intelectual, principalmente na sociologia, psicologia e antropologia, menospreza a estatística e o raciocínio lógico. Esse preconceito só contribui para a proliferação de uma pseudociência e suas análises mal fundamentadas. O fato é que, desde 1945, o número de mortos em guerras ou de vítimas de assassinatos e estupros é o menor dos últimos 5 000 anos, quando se leva em conta a relação com o total da população.

Para quem tem um parente morto de forma violenta, as estatísticas não valem muita coisa, certo?

Desde o lançamento do livro, fui surpreendido por reações inesperadas. Algumas pessoas duvidaram do meu trabalho, outras puseram em xeque minha idoneidade. Houve quem se enfureceu e considerou minha tese obscena. Muitos acadêmicos se revoltaram. Por isso, é sempre bom esclarecer alguns pontos. Em nenhum momento eu disse que a violência desapareceu. Quando esta entrevista for publicada, tragédias e crimes estarão na primeira página dos jornais. Também não quis minimizar eventos trágicos recentes, como a guerra no Iraque ou o massacre em Darfur, nem as grandes guerras ou as atrocidades cometidas por ditadores e genocidas. Tudo isso é condenável e doloroso. Mas não invalida a constatação de que o mundo já foi muito pior do que é agora. Grandes pensadores teorizaram sobre como teria sido a vida dos homens no estado natural antes do advento das leis e das formas mais rudimentares de governo. Com ajuda da alta tecnologia podemos agora não apenas teorizar sobre o grau de barbárie da pré-história, mas estimar com precisão o número altíssimo de pessoas que morriam massacradas por inimigos. Nada autoriza a ideia tão disseminada de que o passado humano foi bucólico, pastoril e pacífico. Há poucos séculos matavam-se pessoas com base em superstições avalizadas pela hierarquia religiosa, a escravidão era oficial e apenas discordar da opinião vigente podia equivaler a uma sentença de morte.

Alguns cientistas acreditam que o declínio da violência se deve a uma mudança na própria natureza humana. O senhor acha isso possível?

É improvável. A reação violenta foi um traço incorporado à humanidade durante o processo evolutivo. Ser violento foi determinante para a sobrevivência da espécie na defesa contra as feras, na caça e, claro, na disputa por uma mulher no acasalamento. Até os 2 anos as crianças são extremamente violentas. Só não matam umas às outras porque não damos a elas revólveres ou facas e porque estamos presentes para ensiná-las a se comportar. Elas se valem da violência para disputar espaço com os irmãos e a atenção dos pais. As mães ficam furiosas quando leem isso, mas a neurociência comprovou que as pessoas aprendem a ser menos violentas com a maturidade. Isso coincide com o desenvolvimento do lobo frontal, a região do cérebro responsável pela linguagem, pelo domínio motor, mas principalmente pela personalidade, a consciência de si mesmo e da existência do outro. O prazer com a violência é uma realidade. As pessoas são coibidas de praticá-la nos moldes da pré-história ou da Idade Média, mas dão vazão a ela em games, assistindo a filmes de Mel Gibson ou a lutas de vale-tudo. As pesquisas mostram que de 70% a 90% dos homens já se imaginaram matando alguém. Entre as mulheres esse número varia de 40% a 60%.

Por que então o mundo se tornou mais pacífico?

Meu livro mostra que uma sucessão de eventos históricos fez com que o lado bom do homem sobressaísse ao violento e animalesco. Todos temos demônios e anjos dentro de nós. O processo civilizatório, com o advento do estado, a institucionalização da Justiça, a difusão e o aprimoramento da cultura, permitiu que os anjos derrotassem os demônios. Foi o que livrou a espécie humana da barbárie. No século XVII, o filósofo Thomas Hobbes enunciou no seu Leviatã que, na ausência de regras de convivência sob leis e imposições da sociedade, a vida humana era “solitária, miserável, repugnante, brutal e curta”.

A constatação de que o “estado natural” do homem é a violência encerra a discussão sobre o que influi mais no comportamento humano, a natureza ou o aprendizado?

Estamos longe de pôr um ponto final na questão sobre o que pesa mais, a genética ou o que aprendemos no decorrer da vida. Mas, no estado natural, quem tem razão é Hobbes, e não o suíço Jean-Jacques Rousseau, cujo argumento era que o ser humano nasce bom e é, posteriormente, corrompido pela sociedade. Durante toda a minha carreira, tentei derrubar essa falácia de que a mente é uma tábula rasa e de que qualquer traço humano é fruto do meio em que ele vive ou é moldado pelas instituições sociais.

O senhor despertou fúria ao afirmar que o Holocausto não foi o primeiro genocídio da história…

Eu sou judeu também e sou sensível a essa questão. O Holocausto tem características únicas, terríveis, que o tornam um ato de horror incomparável. Os nazistas estavam tão empenhados em matar os judeus e em varrê-los do mapa que os buscavam a milhares de quilômetros de distância para ser mortos em câmaras de gás. O extermínio dos judeus não foi o primeiro genocídio da história, mas foi o mais cruel. Há um outro ponto em relação à II Guerra. Sem dúvida, foi o evento no qual mais se mataram pessoas desde o surgimento da espécie humana. Mas não está claro se, em porcentagem de população, morreram naquela guerra mais pessoas do que em outras.

A que se deve a emergência do nazismo na Europa na plenitude da civilização do século XX?

O declínio da violência através dos séculos deu-se de forma cíclica. Aos picos de violência, como as grandes guerras do século passado, sempre se seguiu o retorno ao estado pacífico. As estatísticas comprovam que, com o passar dos séculos, aos picos de violência se sucedem períodos cada vez mais duradouros de paz. No caso da Alemanha, é preciso observar que, por baixo da fina camada de verniz civilizatório da República de Weimar, o curto período democrático depois da I Guerra, fervia o nacionalismo retrógrado baseado na ideia da superioridade racial teutônica que descambaria no nazismo. Foi algo tão forte que apagou a noção do bem e do mal. Muitos dos carrascos nazistas se consideravam bons soldados e cidadãos que apenas cumpriam seu dever.

Em que situações as pessoas se tornam cegas a ponto de compactuar com atrocidades como as cometidas pelos nazistas?

A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das primeiras a tentar explicar esse fenômeno, que ela definiu como “a banalização do mal”. Em seu trabalho, de 1963, ela defendeu a tese de que as maiores atrocidades da história não foram de responsabilidade de sociopatas ou fanáticos, mas de pessoas comuns que se deixaram levar por líderes carismáticos. Essas pessoas cometeram as maiores atrocidades sem se dar conta do grau de maldade de suas ações. Hoje as ideologias fazem o papel dos líderes carismáticos nesse processo de arrastar pessoas normais para a prática de atos insanos.

Ainda fica de pé a ideia de que o bem e o mal são definidos culturalmente?

Em geral, as pessoas entendem que o mal está em produzir sofrimento nos outros por meio de atos premeditados e sem uma razão muito forte. O mais interessante, no entanto, é que a maioria dos indivíduos que cometem atos perversos não acha que agiu com maldade. O cérebro humano evoluiu de forma a sempre advogar a favor de si próprio. Somos os mais devotos defensores de nós mesmos. A primeira reação ao sermos confrontados com o fato de termos feito algo ruim é tentar nos convencer e aos outros de que aquilo não foi tão grave. A segunda é transferir a responsabilidade. Nosso cérebro quer sempre nos fazer acreditar que se agimos mal foi porque fomos provocados.

O neurocientista americano Sam Harris defende a ideia de que existe uma “ciência da moral”, ou seja, que o bem e o mal podem ser definidos com rigor metodológico. O senhor concorda?

Entendo o argumento de Sam Harris. A suposição de Harris se baseia no fato de que a moral é tradicionalmente definida pela religião ou pela filosofia. Nessas duas cátedras, as definições de bem e de mal estão dissociadas de algo imprescindível, a questão do sofrimento humano. No conceito de ciência da moralidade, sempre que há sofrimento o mal está presente. Quando há felicidade, o bem prevaleceu. De fato, se tomamos o fenômeno por essas características de apuração simples, é possível obter uma resposta objetiva e mais científica do que sejam o bem e o mal.

Na sua visão, quais foram as razões que levaram ao fracasso os sistemas políticos movidos pela ideia de estabelecer a igualdade entre os homens?

O comunismo e outros governos fundados sobre utopias encorajaram as pessoas a ser violentas quando as convocaram para lutar por um sonho. Pelo sonho vale tudo. Aqueles sistemas políticos levaram as pessoas a acreditar que fora da utopia não existe o bem. Por essa razão, tanto o comunismo como o nazismo e o fascismo degeneraram no assassinato coletivo de enormes proporções. A lição aqui é que a violência inata do homem está sempre à espreita e que os governos democráticos são a forma mais eficaz de impedir que ela se manifeste na sua pior forma.

Como o senhor avalia o impacto dos avanços tecnológicos e da internet na violência?

A suposição de que o maior acesso a armas mais potentes aumenta a violência é equivocada. Ao ler notícias como a do massacre na Noruega, muita gente pode ter a impressão de que a tecnologia contribuiu para que um só indivíduo matasse quase uma centena de pessoas. Episódios desse tipo distorcem a percepção da realidade. Depois de Hiroshima e Nagasaki, nunca mais um país ousou acionar seu arsenal nuclear – não por questões técnicas, mas pela imposição moral.

O senhor é um otimista incurável?

Sou pessimista e otimista ao mesmo tempo. Acredito que a violência deva aumentar no futuro próximo. A história mostra que mudanças culturais e sociais, crises econômicas, novas ideologias e tecnologias podem incitar guerras, conflitos, rebeliões e enfurecer determinados grupos sociais. Mas sou otimista em relação ao fortalecimento dos períodos de paz depois de surtos de violência extrema. Os períodos de paz tendem a ser cada vez mais longos e duradouros.

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VAI UM TECO AE MALUCO???

Recebi este texto através de uma mensagem de e-mail de um amigo. É uma daquelas correntes que ficam circulando o ciberspace e vira e mexe aparece novamente. Acredito que reflita o desespero do mundo das drogas. Quem não acredita vai conferir nas clínicas de tratamento para Dependência Química, ou nos grupos de Narcóticos Anônimos, tem cada história de emocionar. Fatos da vida real nua e crua e não o que pregam os apologistas da "Marcha da Maconha" associando criminosamente com marcha da Liberdade.
Eu queria saber de que liberdade estes malucos estão falando? Será que eles não associam que as dezenas de milhares de mortes por assassinato no Brasil a cada ano (clique aqui para ver os dados) tem uma ligação muito estreita com o álcool e outras drogas, em que estas consequencias são reflexo de suas várias conexões, trazendo como fruto maldito o aumento da violência?

Então este é o título: VAI UM TECO AÊ MALUCO???

TRAFICANTE - Fala aê merrrmão...
FILHO - Me arruma um pó de cinqüenta...
TRAFICANTE - Segura aê...
FILHO - Valeu...
TRAFICANTE - O pó tá acabando... mas amanhã a gente vai invadir o morro ali do lado... Vamú tomá as boca e ficá cus bagulho...
FILHO - Já é... Demorô... invade mermo... domina geral... Se entrar na frente mete bala de 'AK'...
TRAFICANTE - Valeu, 'preibóy'... É nois...

No outro dia...
MÃE - Bom dia meu filho... que cara é essa...??
FILHO - Nada...
MÃE - Você está bem?
FILHO - Tô bem, pô!! Que saco.... me deixa em paz...merda. A essa altura, o filho ainda drogado se tranca no quarto. A mãe preocupada bate na porta...
MÃE - Meu filho... estou indo pro trabalho... deixei seu café pronto, um beijo, fique com Deus.
FILHO - Não enche... vai logo...

A mãe pega o carro e se dirige ao trabalho, quando de repente em uma rua qualquer...
TRAFICANTE - Paraê Tia... perdeu... perdeu...
TRAFICANTE - Sai... Sai... Sai...(em desespero a pobre mulher tenta fugir e arranca com o carro - uma rajada de tiros acontece...)

Em casa o telefone toca...
FILHO - Alô!
POLICIAL - Quem fala?
FILHO - Quer fala com quem?
POLICIAL - Aqui é o Tenente Alberto, eu poderia falar com algum parente da Sra Rita?
FILHO - Po...polícia?? (o filho desliga o telefone sem ouvir o policial)

Minutos depois ele sai de casa pra comprar mais pó. Logo a frente tem uma visão terrível...
FILHO - Mãeeeeeeeeeeee !!! Não!!! Não!!!
FILHO - Como isso pode acontecer???
POLICIAL - Sinto muito, traficantes tentaram roubar o carro de sua mãe pra invadir um morro... eles a mataram...
FILHO - Mãee! Nãão....

Antes de 'curtir' uma onda nova,
Antes de dar um tequinho inocente,
Antes de fumar um bagulhinho natural,
Antes de dar dinheiro ao tráfico para que eles comprem um arsenal e matem alguém que voce realmente gosta,
PARE e faça algo que voce não faz há muito tempo... PENSE!!!

ISSO TUDO QUE ESTÁ ACONTECENDO É CULPA DE QUEM USA DROGAS E ENCHE O BOLSO DESSES TRAFICANTES DE DINHEIRO.

Quem compra drogas patrocina a violência!

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sábado, 7 de janeiro de 2012

Moisés, Jesus e um velhinho jogavam golfe

Moisés, Jesus e um velhinho jogavam golfe.
Moisés colocou a bola no pino e deu a primeira tacada; a bola caiu num lago.
Moisés chegou à beira do lago e, levantando o taco, as águas se abriram. Ele entrou, deu a segunda tacada e a bola foi diretamente para o buraco.
Na vez de Jesus jogar, a bola também foi parar no lago, mas caiu sobre a folha de uma vitória-régia. Então, Jesus caminhou sobre as águas, foi até a planta e deu a segunda tacada, mandando a bola para o buraco.
Aí foi a vez do velhinho. Ele, todo trêmulo, preparou-se para dar a tacada inicial. A bola voou para fora do clube e começou a cair na direção de um riacho. Nesse instante, um sapo a engoliu. Pouco depois, uma cobra engoliu o sapo e foi agarrada por um gavião; a ave então voava para longe, quando apertou demais a cobra que regurgitou o sapo ao sobrevoar o campo de golfe; ao cair, o sapo bateu com o peito no chão e cuspiu a bola diretamente para o buraco.

Ao acompanhar toda aquela cena, Moisés olha para Jesus e diz:
- Cara, é muito chato jogar golfe com o teu Pai...

"Quando as coisas não acontecem do jeito que a gente quer, é porque vão acontecer melhor do que a gente pensa."

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O anúncio de Olavo Bilac

O anúncio de Olavo Bilac Autoria desconhecida Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade rural, um ...