quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Tipos de família

Este é um dialogo bastante construtivo entre quatro pessoas. Eu, Alguém, Outro alguém e a filha de um alguém.

Tudo começou quando vi este quadro no facebook, talvez o maior instrumento de manipulação de comportamento e criação de condutas dos últimos tempos. Em questão de horas temas polêmicos são debatidos apaixonadamente gerando sempre uma tomada de posição uma vez que a proteção da exposição física torna as pessoas muito confiantes. Certamente muitas não se manifestariam com o mesmo ardor se fosse uma conversa olho-no-olho. Mas vamos ao que interessa.

A respeito da foto acima, fiz uma provocação - E ééééé?

Alguém diz - é !!!

Outro alguém também diz - Ué... é sim...
Pergunto e comento - Será que diriam isso a 15 ou 20 anos??? Não perceberam que alguém ou um grupo se manifestou primeiro e disse que isso é o novo padrão de família e que todos devem aceitar (goela abaixo se preciso for). É isso que vocês estão dizendo?? Isso que estou comentando não tem nada a ver com as práticas sexuais das pessoas, que respeito totalmente.

Alguém diz - Pois a prática sexual das pessoas é uma coisa que não me diz respeito nenhum, agora se para se respeitar uma família composta seja lá de que forma for precisar ser goela abaixo, me chame que seguro o sujeito pra ajudar na deglutição.

Outro alguém também diz - Entendi que existem três exemplos do que pode ser considerado família.

Alguém diz - E um exemplo do que pode ser considerado um babaca.

Outro alguém também diz - Ah, é, o babaca...

Neste ponto só posso gargalhar horrivelmente - Haaaaaaaahahahaha.
Um comentário que não foi ao ar no FB: percebem quanta valentia, coragem e determinação? Este é o efeito que me referi no inicio do texto.

Continuando, a filha de um alguém diz - O meu conceito de família independe do sexo dos integrantes, dos laços sangüíneos... Só acho necessário respeito! Cada um de nós opta por qual formar. Ninguém tem o direito de julgar as opções/orien
tações alheias!

Depois deste prelúdio, pergunto - Que tal um exercício mental? Se o que a sociedade vive hoje, com esta crise de valores, é fruto do que foi plantado no passado, está neste caso, apenas colhendo os frutos, proponho um exercício: como estará o mundo com estes valores que adotamos hoje. Pensem nas suas famílias, filhos, filhas, visualizem o cenário ... e aí?

Alguém diz - O q temos hj é fruto do q a igreja impôs, qd lembro como era a Roma antiga, o que vier é lucro.

Torno a perguntar - Como era a Roma antiga para que o que vier ser lucro? E comento: - Pelo que sei a experiência de implantação de outro código de conduta, substituindo a moral judaico-cristã, através dos princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade na França resultou em mais mortos (na guilhotina) em um período de 90 dias do que 400 anos de inquisição espanhola. Neste caso quem foi mais sanguinolenta ?

Alguém diz - Copiando e colando: Entre os antigos romanos, era comum que o marido evitasse fazer sexo vaginal com a sua esposa na noite de núpcias, em respeito à sua (dela) natural timidez de moça virgem. Como compensação, ele poderia sodomizá-la. Aí, tudo bem. Antes do cair da noite, eram permitidas as carícias, desde que feitas pela mão esquerda. Se o cara fosse maneta tava lascado !!! Entre os gregos e romanos, ser macho era ser ativo, independentemente do sexo do parceiro passivo. Um homem livre cometeria um
a infâmia caso fosse passivo numa relação homossexual. A relação homo entre homens adultos livres não era bem vista. No entanto, as pessoas divertiam-se no teatro ou se vangloriavam na alta sociedade de relações homo entre um homem livre (sempre ativo) e um escravo ou um outro homem de condição social inferior. Aí, era considerado um “pecadilho”.
Um homem livre também cometeria uma infâmia caso se colocasse a serviço do prazer feminino. Tem gente q ainda pensa assim !!! Como se sabe, era comum que homens fizessem sexo com meninos. Dizia-se que os meninos propiciavam um prazer tranqüilo, que não “agitava a alma”, enquanto a paixão por mulheres era considerada um mergulho na “escravidão”. Não que os mais velhos não se apaixonassem ou não fizessem sexo, mas era de bom tom mostrar decoro. A literatura latina nos mostra que o amor e o sexo eram considerados próprios aos jovens. A personagem da mulher velha libidinosa era sempre motivo de riso e escárnio na literatura latina, sempre na comédia ou em um gênero poético chamado iambo. Podemos ver o quadro inicial da discussão com ar de revolta ou esperar para ver um filho ou um neto homosexual e ter que “natoralmente” aceitar e engolir a situação. Na maior parte das vezes o homem aprende no amor ou na dor, eventualmente na dor do amor.

A filha de um alguém diz - Se será no amor ou na dor, não cabe a nós julgar e nem impor o melhor caminho, todos os seres possuem o livre arbítrio de seguir o caminho que julgarem melhor.

Comento - Acredito que, não uma Roma, mas estamos perto de uma Sodoma como vc mesmo se referiu quando explica o "trato" dado pelo marido na esposa tímida. Toda vez que tenho um problema, começo revendo os princípios. E daí vou fazendo o percurso atrás de respostas. Buscando socorro em Aristóteles na sua obra Ética a Nicômano, e também copio e colo o que o filósofo diz que "Virtude diz respeito às paixões e ações em que o excesso é uma forma de erro". Por outro lado, é possível errar de muitos modos (pois o mal pertence à classe do ilimitado e o bem à do limitado, como supuseram os pitagóricos), mas só há um modo de acertar. Pelas mesmas razões, o excesso e a falta são característicos do vício, e a mediania da virtude. Pois os homens são bons de um modo só, e maus de muitos modos. Logo, a virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha consistente numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. E é um meio termo entre dois vícios, um por excesso e outro por falta; pois que, enquanto os vícios ou vão muito longe ou ficam aquém do que é conveniente no tocante às ações e paixões, a virtude entrar e escolhe o meio termo. A virtude está em achar o "caminho do meio". E isto não é nenhuma moleza. No atual estado de coisas, o que genericamente mais vemos é a busca pelos excessos, a falta de limites que atinge todos os níveis da sociedade. É o império dos direitos, que algumas vezes, passa por cima de outros já estabelecidos. Ninguém, ninguém pode questionar o direito "sacro-santo" de cometer excessos, sob pena de ser acusado (e condenado) como reacionário, homofóbico, inimigo dos direitos humanos, etc. Vemos isso acontecer a todo instante. A isso que estes grupos organizados fazem, com o aval do silencio da sociedade, muitas vezes um silencio cúmplice, chama-se de relações fascistas. Sou um cara das antigas e prefiro continuar achando que existe um modelo de família convencional, ou seja, pai-mãe ou mãe-pai. O resto é imposição. Neste caso, me enquadro no time dos babacas. Será que sou eu mesmo o babaca?

Alguém diz - A busca do equilíbrio é sempre uma coisa positiva, o problema é que tentamos o equilíbrio, o meio termo, através do bom senso, como deve ser feito, e não através do raciocínio, pois desta forma estaremos realmente procurando o meio para aquele momento que vivemos, Acho que Aristoteles foi muito feliz qd assim falou, pois se ele dissesse que a busca do equilíbrio deveria ser feita pelo raciocínio, não chegaríamos nunca a este equilíbrio, pois os extremos estão sempre mudando na escala de valores juntamente com o entendimento da sociedade, que a procura deste equilíbrio está.
Ser bom e ser mal é relativo à época que está se vivendo. Há 50 anos era muito ruim possuir uma mulher antes de se casar, e se alguma mocoila sucumbisse a esse “pecado” seria tratada como vulgar, suja, vadia, acho que não preciso contar como as coisas são hj. Os valores mudaram dentro da mesma escala de valores que existirá dentro de toda a nossa estadia aqui na terra. Se não procurarmos “calibrar” nosso bom senso durante nossa pqna passagem por essas bandas, podemos ser taxados de babacas, ou até podemos realmente ser um. Qd curto esses temas aqui no mundo virtual é pq fico me imaginando em uma situação parecida, envolvido nela de alguma forma, e penso como gostaria de ser tratado se embutido naquele contexto estivesse.
Se Pitágoras não percebesse que a escala é infinita e que sempre precisamos calibrá-la, não teria descoberto os números irracionais e o teorema que leva o seu nome. Penso que assim como ele e vários outros que a frente do seu tempo viveram, devemos tentar sempre mexer no “dial” dos nossos conceitos senão acabamos ficando obsoletos e mais rapidamente somos tratados como velhos.

Por fim me despeço - Muito bem, mas agora peço licença pois vou preparar as crianças para dormir, literalmente. Meu caro foi bom ter este diálogo virtual com vc. Espero poder repetir também em temas mais amenos. Uma boa noite. E voce "falecomeneidinha" ta fazendo falta naquela escola.

Abraços...

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Todo es igual, nada es peor - Olavo de Carvalho

Publicado originalmente no Diário do Comércio, 6 de dezembro de 2011


Quando um criminoso graúdo não consegue passar por inocente, ele procura ao menos dar a impressão de que não é tão criminoso assim, de que seus delitos não foram maiores que os de um ladrão de galinhas, de um bolinador de moças ou de um surrupiador de chicletes.

Quanto mais graves e numerosos os seus crimes, tanto mais compulsiva sua necessidade de atenuá-los.

Ninguém sente mais intensamente essa necessidade do que os comunistas, que mataram mais gente que duas guerras mundiais somadas. Mataram até mesmo mais comunistas do que todas as ditaduras reacionárias juntas.

A imensidão de seus feitos macabros é tal, que a única maneira de conservarem alguma tranqüilidade de consciência é amputar radicalmente uma parte dela, deformando sua percepção da realidade e apegando-se tenazmente, desesperadamente, a uma falsa imagem de si mesmos.

É inevitável que essa manobra antinatural espalhe efeitos colaterais indesejados, bloqueando o funcionamento da inteligência e da memória em domínios bem afastados da área inicialmente visada, culminando naquele fenômeno de auto-estupidificação grupal que documentei em O Imbecil Coletivo.

Várias são as maneiras pelas quais a operação se realiza: negar obstinadamente os fatos (episódio Kravchenco), culpar as vítimas (Che Guevara choramingando), parir do nada equivalências postiças (Livro Negro do Capitalismo, v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/05272002globo.htm), até mesmo explodir as pontes entre linguagem e realidade (desconstrucionismo).

Mas um dos métodos mais infames é negar importância ao fator “quantidade”, abolindo o senso das proporções e proibindo enxergar a diferença entre o maior e o menor.

Ainda recentemente, indignadíssima com um editorial da Folha de S. Paulo segundo o qual o regime militar brasileiro fôra um mal menor em comparação com a violência mais vasta, sistemática e permanente das ditaduras comunistas, Dona Maria Vitória Benevides (professora da USP, de onde mais poderia ser?) saiu exclamando:

“Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar ‘importâncias’ e estatísticas.”

Que, para uma autora notoriamente marxista, negar a diferença entre crimes maiores e menores em nome de um amor histriônico à dignidade humana fosse um suicídio intelectual completo, é algo que não lhe passou pela cabeça, ou, se passou, lhe pareceu um sacrifício aceitável em vista da urgência de fugir a comparações deprimentes.

De um lado, implicava renunciar, de um só lance, ao esforço de séculos com que a tradição materialista vem tentando reduzir as qualidades a quantidades. De outro, resultava em negar um dos princípios básicos do marxismo, a transmutação do acúmulo de quantidades em “salto qualitativo” (ou “salto dialético”). Mas quem vai ligar para sutilezas doutrinais quando se trata de limpar às pressas a reputação do comunismo ante um público geral que ignora tudo da doutrina marxista?

Mais que infringir um dogma do marxismo, no entanto, o rompante de Dona Benevides ia contra os requisitos básicos de funcionamento da inteligência humana e do senso moral.

Ao proclamar que em matéria de direitos humanos as quantidades não importam, que um crime é tão ruim quanto milhões de crimes, a referida se mostrou incapaz de apreender sequer a diferença entre zero e um. Que é que distingue, afinal, um inocente de um culpado senão o número de seus crimes, zero e um (ou mais de um) respectivamente? Se a contagem é proibida, é tão culpado quem cometeu um crime quanto o que não cometeu nenhum.

Abolir a importância das quantidades torna impossível, também, distinguir entre delitos mais graves e menos graves. Toda a jurisprudência universal depende dessa distinção. Se você esmurra um sujeito por dois minutos, é crime de agressão. Se o faz seguidamente por meia hora, é tentativa de homicídio. Se continua batendo até o desgraçado morrer, já não é mais tentativa: é homicídio. Suprima o fator “quantidade”, e essas diferenças desaparecem.

Todas as leis penais do universo, bem como os julgamentos morais com sentido penal – e condenar a violação de direitos humanos é claramente um deles –, têm como base a proporcionalidade dos delitos e das penas, o que implica não somente a avaliação da gravidade relativa dos crimes, mas também, e incontornavelmente, a soma do número deles. Sem o fator quantidade, não se pode distinguir entre “crime”, “crime continuado” e “concurso de crimes”, tornando-se impossível graduar as penas correspondentes. É a abolição completa da justiça, portanto também a dos direitos humanos.

A proibição de somar resulta em abolir as noções mesmas de genocídio e de crimes contra a humanidade. Se Hitler tivesse matado uma dúzia de judeus em vez de seis milhões, poderia ser acusado de homicídio contumaz, mas não da tentativa sistemática de eliminar toda uma comunidade étnica. Para Dona Benevides, isso não faz diferença.

Resta o fato de que toda sociedade pode suportar até uma determinada quantidade de crimes, mesmo cometidos pelo Estado, sem sofrer abalo em seu sistema de valores. Mas, quando o número de vítimas da violência estatal chega aos setenta milhões, como na China comunista, não há ordem moral que subsista. Na degradação geral, os sobreviventes tornam-se vítimas tanto quanto os mortos.

A explosão de ira de Dona Benevides contra comparações necessárias, incontornáveis e moralmente obrigatórias é um sintoma da frivolidade criminosa com que os comunistas se esquivam de um confronto com suas próprias culpas, maiores que as de qualquer outro grupo humano ao longo da História.

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O menino, o avô e o lápis

O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:
- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?

O avô sorriu, e disse ao netinho:
- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.

O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:
- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?

- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.

- Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus.

- Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor.

- Terceira qualidade: Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.

- Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.

- Finalmente, a Quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.


Dizem que Madre Teresa de Calcutá, olhando para sua vocação, concluiu: “Não sou nada, senão um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do meu Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja”.


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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Nunca se matou tanto no Brasil

Meus caros,

É com tristeza que informo que nos últimos 30 anos mais de um milhão de brasileiros foram assassinados brutalmente nesta guerra interna que vivemos.
Os políticos, Secretários de Segurança, Ministros e demais integrantes das cúpulas manipuladoras de informação, com a conivência criminosa de todos os veículos de comunicação, minimizam este fato lamentável.



A verdade é que matamos mais é melhor do que qualquer outro povo, nossos próprios brasileiros. Vejam os dados abaixo.


No quadro abaixo (2.1) mostra que os homicídios brasileiros estão matando mais que as mais sangrentas guerras ao redor do mundo. Não tem explosão de bomba ou atentado político que nos supere.


Na comparação com os 62 conflitos estabelecidos no mundo até então, o Brasil está em uma situação muito preocupante. (veja quadro abaixo 2.1.2)

Acredito que, lamentável e tristemente, ganhamos mais este campeonato. Isso vem se repetindo nos últimos anos e a grande mída vem, criminosamente omitindo (ou minimizando) estas informações, como se a verdade dos fatos deixasse de ter valor. Esta grande mídia em geral nos dis de hoje não tem mais compromisso com a verdade e sim com a censura e o controle das condutas sociais.

BASTA!!!!!!!!

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Arma chinesa e a facilitação brasileira

Comecei um texto que foi postado na nossa intranet totalmente bombardeada pelos patrulhadores ideológicos fazendo muitos colegas se “amufinarem” em reagir. Este turma diz o qual dever ser até a fonte de notícias. A revista Veja por exemplo é excomungada.
Comecei citando o filosofo grego Epictetus (55-135 dC) que disse que “O homem não é movido pelas coisas, porém, pela visão que tem delas.”. Segui com o romano Marcus Aurelius (121-180 dC) quando pronunciou "Se tu és triste por qualquer coisa externa, não é essa coisa que perturba ti, mas o teu próprio juízo sobre isso. E é dentro de teu poder para acabar com este julgamento agora."

Por fim incitei os colegas a terem “coragem de ler o proibido. É muito fácil ler só aquilo que massageia o ego ideológico”. Tenham coragem de ler a excomungada. Daí em diante coloquei uma parte da reportagem da revista Veja edição 2248 de 19 de dezembro de 2011 no item Educação conforme abaixo:

Autor: GUSTAVO IOSCHPE - Em cinco capítulos, conto como a verdadeira arma da China para se tornar potência mundial é seu sistema educacional baseado no mérito. Que grande lição para nós no Brasil!

Capítulo 1 - Os alunos e seus pais

Capítulo 2 - A sala de aula

Capítulo

3 - OS Professores

Capítulo 4 - O empuxo histórico e cultural

Capítulo 5 - As políticas públicas

(click para ver a matéria completa da Revista Veja)

Depois da postagem tive logo uma resposta de um colega que acrescentou “para reforçar o conteúdo dessa reportagem” “Isso é que é vontade de prosperar:


Alunos de uma escola em Pili (China) têm que ter muita coragem para ir, diariamente, a uma escola da cidade. Eles precisam atravessar uma passagem mínima em um paredão rochoso. Abaixo deles, um precipício de 457 metros! Na perigosa travessia (que seria aterrorizante até mesmo para uma cabra experiente), os alunos são guiados por pais e funcionários da escola. "Há severa punição para quem mata aula", brincou um professor, segundo o "Sun"


Respondi-lhe dizendo que achei muito ilustrativo a imagem compartilhada. Mostra como pais e professores podem, de fato, ajudar a forjar o caráter de seus jovens. Muito diferente das posturas facilitadoras que encontramos exemplificadas nos quatro cantos deste país.

Em uma história antiga, que não sei a autoria, ilustra muito bem as conseqüências da ajuda em excesso. A história começa assim...

“Certo homem estava observando um jardim cheio de borboletas. Encantado com a beleza daqueles pequenos seres voadores, ele percebeu na ponta de um arbusto um casulo de borboleta. O bichinho estava rompendo a casca e parecia fazer um esforço imenso. Penalizado, decidiu ajudar a borboleta, rasgando o que faltava da casca. A borboleta tentou ficar em pé, bater as asas, mas parecia que algo estava errado. Suas asas estavam enrugadas e ela não tinha forças para levantar vôo. Infelizmente, depois de um tempo acabou morrendo.

O homem intrigado procurou um amigo que era biólogo e lhe perguntou a razão daquilo ter acontecido. O amigo lhe explicou que ao tentar ajudar a borboleta a sair do seu casulo, o homem havia interrompido o processo natural de crescimento, danificando uma etapa vital para a sobrevivência da borboleta: a abertura e secagem das asas. Quando a borboleta sai do casulo, ela demora o tempo certo para que suas asas sequem e se fortaleçam o suficiente para poder sair voando. Como isso não aconteceu, as asas ficaram deformadas, impedindo que ela pudesse ter uma vida normal.

Moral da história: Assim como aquela borboleta, também temos fases em nossa vida. Por mais difíceis que algumas delas possam parecer, elas são essenciais. Brincar, desenvolver habilidades motoras, estudar, aprender a obedecer e ter responsabilidades, a ler e estudar e se dedicar... tudo isso e muito mais fazem parte do processo de crescimento. Queimar etapas não leva ninguém a um estágio superior com mais rapidez. Em realidade só cria um desequilíbrio que pode ser muito ruim.”

A postura Facilitadora aumenta a probabilidade de criar deformações comportamentais no indivíduo por impedir seu amadurecimento psicológico.

Como no caso da borboleta, a desculpa é a intenção de ajudar, mas o que está sendo criado é um aparato legal com alegação de se fazer "reparações sociais", ou a proteção a grupos específicos perseguidos (baseados em mentiras), tratando-os de forma diferente aos demais cidadãos (caindo por terra a máxima de que todos são iguais perante a lei), ou invadindo os lares como a "lei da palmada" que não distingue castigo educativo da agressão. Resultado, todos estão nas mãos das supostas vítimas e suas interpretações subjetivas. Isso é o fascismo puro. Não me espanta se reações violentas passarem a ocorrer.

Meu interlocutor ainda acrescenta que foi muito oportuno a colocação sobre as "posturas facilitadoras" que estão grassando na nossa sociedade, haja visto o recente episódio dos "baderneiros" de uma universidade pública, que até estão sendo denominados de "presos políticos", pode? E completa dizendo que “enquanto utilizarmos 'essas posturas' em nosso processo de ensino-aprendizagem, teremos sempre resultados pífios, continuaremos na rabeira do PISA”.

A novíssima poesia Baiana

Um colega de trabalho postou este texto abaixo...

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É possível ver nos vídeos inclusive MENORES ... o tal do Surubão, de uma banda apoiada por artistas, digamos assim, consagrados pela mídia.

http://www.youtube.com/watch?v=3weW23_clg8&list=UUVFxEO29g8Lra3CdL5WJDLg&index=3&feature=plcp

http://www.youtube.com/watch?v=C7QX3M6BC_U&feature=related

Fica a demonstração para todos nós de como boa parte da população se diverte, do que cria-se como referência estética e cultural.

Daí, querer propor que um aluno escute Chico, Betania, Milton, Gil, Tom Zé, Ney Matogrosso, Vinícius, Caymmi, Nara Leão, Elis e tantas outras expressões da nossa música torna-se uma tarefa quase impossível. Quanto mais, ler Jorge Amado.

Este é o meu presente de natal para a passagem de ano, que pode inclusive ter o estilo musical acima como escolha para a noite de festividades.

Saudações

PF

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Respondi-lhe...

Será que existe a mínima possibilidade de achar algum vestígio de alta cultura na Bahia ou no Brasil atualmente? Certamente que não. Existe algum intelectual comandando algum órgão de imprensa neste país. Resposta: Não.

Se tivesse já teria sido banido ou então as fabricas de papel jornal já teriam sido tomadas pelo Estado (como ocorreu com a Argentina).

Nosso povo não está só politicamente enfraquecido, mas psicologicamente está desarmado.

O povo, a massa sem face não pensa, apenas age. Vimos isso nas manifestações pelo mundo. Basta alguém dar a direção dizendo que é o certo a se fazer.

Sabendo que tivemos escritores, artistas e intelectuais do peso de Gregório de Matos, Castro Alves, Adonias Filho, Jorge Amado, Antônio Torres, João Ubaldo Ribeiro, Ruy Espinheira Filho, Florisvaldo Matos, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Raul Seixas, João Gilberto e quem sabe não poderíamos incluir o padre Antonio Vieira, que chegou à Bahia com a família ainda criança, para hoje testemunharmos o horror cultural que impera na Bahia, é de doer.


Abaixo está um texto para reforçar a lista ...

A LITERATURA BAIANA CONTEMPORÂNEA

Gerana Damulakis

Embora se saiba que a literatura brasileira nasceu na Bahia com Gregório de Matos e os outros poetas da época, e se saiba igualmente de nomes famosos como Castro Alves, Adonias Filho, Jorge Amado, a verdade é que hoje não se tem conhecimento nos outros estados do que se vem fazendo de literatura da mais alta qualidade na Bahia.

Principalmente nos últimos anos tem havido uma intensa atividade literária com vasta produção de livros, inclusive de novos autores que, infelizmente, por circunstâncias de distribuição, não chegam às livrarias do país. Aqui, se torna necessário caracterizar a literatura baiana, porque há a literatura feita por escritores nascidos na Bahia, mas não residentes no estado; há alguns poucos que produzem na terra sem serem baianos natos; e há, finalmente, os que nasceram, residem e produzem em seu próprio solo. Tais divisões separam da realidade literária nacional nomes como Antônio Torres, João Ubaldo Ribeiro, assim como uma Sonia Coutinho e uma Helena Parente Cunha, moradores do Rio de Janeiro, de seus pares e conterrâneos que não deixaram ou que deixaram e logo voltaram para Salvador.

Continua em...

http://leitoracritica.blogspot.com/2007/11/literatura-baiana-contempornea.html

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Assassinatos de gays em 2010

Quem sabe fazer conta pode verificar que ser gay é uma forma de se proteger dos quase 50 mil assassinatos neste país de quase 200 milhões de habitantes, segundo o Mapa da Violência 2010* (Waiselfisz, 2010, p. 19). Isso da quase uma morte para cada 4000 brasileiros.

Segundo o Grupo Gay da Bahia existe uma "epidemia de ódio contra os homossexuais" resultando em 260 assassinatos no Brasil em 2010.

Considerando a população de 195 milhões de brasileiros, eliminemos as crianças menores de 14 anos que ainda não sabem se são ou não homossexuais, são mais ou menos 1/3 da população: 66 milhões. Ficamos então com algo perto de 130 milhões de adultos ou adolescentes de ambos os sexos.

Consta em dados internacionais que o percentual médio de gays na população varia entre 10% e 16% dependendo da cultura onde vive. Sendo conservador e atribuindo 10% de gays isso nos dá um número de 13 milhões de possíveis gays no Brasil. Entre esses, é claro, estão os enrustidos que nunca saíram do armário.

Logo:
- Se 260 gays são assassinados em um universo de 13 milhões, isso representa 0,002%.

Para o restante da população:
- São 50 mil assassinatos em um universo de 130 milhões o que representa 0,038%

Relação 0,038/0,002 = 19,2

Mais alguns detalhes:
a) A maior parte destes assassinatos de gays são crimes praticados por aqueles com quem se relacionam seja como travestis em prostituição, ou crimes passionais por ciumes dos parceiros, etc., ou seja, são crimes praticados por outras pessoas que são sexualmente atraídos por pessoas do mesmo sexo, logo são homossexuais do mesmo jeito.

b) Nenhum dos assassinos de gays saíram de pregações políticas ou religiosas que incitaram ao ódio aos homossexuais, muito pelo contrário, a militância gay está incitando a perseguições de direitos civis a qualquer um que ouse emitir sua opinião discordante. Estes são imediatamente acusados desproporcionalmente de crimes que sequer estão reconhecidos juridicamente. É a acusação e condenação preventiva.

Conclusão 1: Como os números não mentem, são assassinados 19,2 vezes mais héteros do que gays. Logo é mais seguro ser gay.

Conclusão 2: A maioria dos crimes homossexuais são praticados por pessoas que de uma forma ou de outra são atraídos por pessoas do mesmo sexo, logo não são héteros.

Desde quando o GGB tem status de órgão de pesquisa para fazer este levantamento e assassinatos?
Porque o governo adota estes números do GGB como se fossem números oficiais?
Quem está tentando fazer uma mentira se transformar em verdade?

Só a título de comparação, vejam a tabela abaixo:

                         Assassinatos
Ano        Gays      Total de brasileiros
2006       112       49.145
2008       187       50.113
2009       198       51.434
2010       260       49.932
2011       266
2012       336
[...]

2016       347       60.000

E tem mais:
A relação de mortes estre as populações de Héteros e de Homos é:

ano        Het/Hom
2006        43,88
2008        26,80
2009        25,98
2010        19,20
2011        18,77
2012        14,86
[...]

2016       16,60

REFERÊNCIA:
* Waiselfisz, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2010 - Anatomia dos Homicídios no Brasil. Instituto Sangari. SP. 2011. Disponível em http://mapadaviolencia.org.br/pdf2010/MapaViolencia2010.pdf

Waiselfisz, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2013 - Mortes Matadas por Armas de Fogo. Disponível em http://mapadaviolencia.org.br/pdf2013/MapaViolencia2013_armas.pdf

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domingo, 18 de dezembro de 2011

Pedalada com meu filho

Hoje a pedalada foi com meu filho Lucas. Não fizemos o percurso completo preferimos ir em direção a barraca de coco de tia Lú cerca de 5,5 Km distante.
Se adaptando a bicicleta Lucas levou duas quedas na ida. Acho que aprendeu com elas. A volta foi super tranquila, chegando inteiro e de uma única pedalada.



Ao chegarmos em casa, depois do banho, apliquei imediatamente uma tintura iodada nas escoriações de seu joelho para não inflamar.











No início de dezembro deste ano de 2011 eu já dei outra pedalada (clique aqui).

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Homofobia não é crime - JOÃO PEREIRA COUTINHO

FOLHA DE SP - 13/12/11

É perfeitamente legítimo que um heterossexual não goste de homossexuais, como é legítimo o inverso

É um erro comum: alguém escreve sobre o julgamento de Oscar Wilde em 1895 e o apresenta como o momento infame em que a sociedade vitoriana resolveu reprimir "o amor que não ousa dizer seu nome".
Admito que essa versão faça as delícias das patrulhas, para quem Wilde virou mártir, ou santo. Mas, ironicamente, a perdição de Wilde não começou com a intolerância da sociedade vitoriana.

Começou quando o próprio decidiu limpar o seu nome das acusações "homofóbicas" do marquês de Queensberry, pai do seu amante Lord Alfred "Bosie" Douglas.

Se Wilde tivesse ignorado um mero cartão pessoal do marquês, onde este tratava o escritor por "sodomita", jamais teria ido parar na prisão de Reading Gaol.

Mas Wilde, em gesto inusitado para seu temperamento irônico, não gostou que se dirigissem a ele como homossexual. Partiu para a Justiça, processando o marquês.

Foi no decurso do julgamento que o jogo virou e Wilde, de alegada vítima, passou a réu. Sobretudo quando a defesa do marquês resolveu arrolar como testemunhas alguns rapazes que tinham sido, digamos, íntimos de Wilde.

A Justiça não gostou e condenou o escritor. Não porque ele era homossexual, entenda-se -a "buggery", mais do que um desporto, era até uma forma de iniciação entre "gentlemen" nos colégios de Eton ou na Universidade Oxford. Mas porque agitara as águas de forma demasiado ruidosa numa sociedade que gostava de manter os seus vícios em privado.

Hoje, a condenação de Wilde pode parecer-nos de uma hipocrisia sem limites. Não nego. Mas existe uma outra moral na história: valerá a pena criminalizar a homofobia, como Wilde tentou fazer ignorando os conselhos dos seus amigos próximos, quando se despertam no processo outros abusos inesperados?
Marta Suplicy entende que sim e, em artigo nesta Folha, defende lei para criminalizar o "delito".

Infelizmente, a sra. Suplicy confunde tudo na discussão do seu projeto: homofobia; crime homofóbico e medicalização da homossexualidade. Como diria um contemporâneo de Wilde, Jack, o Estripador, vamos por partes.

Começando pelo fim, ninguém de bom senso defende que a homossexualidade é uma doença mental. Não é preciso consultar a Organização Mundial da Saúde para o efeito. Basta olhar para a história da espécie humana -e, mais ainda, para a diversidade do mundo natural- para concluir que, se a homossexualidade é loucura, então boa parte da criação deveria estar no manicômio.

De igual forma, ninguém de bom senso negará que persistem crimes medonhos contra homossexuais, seja no Brasil ou na Europa, porque os agressores, normalmente homossexuais reprimidos, não gostam de se ver no espelho.

O problema está em saber distinguir o momento em que uma aversão se converte em crime público. Porque a mera aversão não constitui, por si só, um crime.

Por mais que isso ofenda o espírito civilizado de Marta Suplicy, é perfeitamente legítimo que um heterossexual não goste de homossexuais. Como é perfeitamente legítimo o seu inverso.

Vou mais longe: no vasto mundo da estupidez humana, é perfeitamente legítimo não gostar de brancos; de negros; de asiáticos; de portugueses; de brasileiros; de judeus; de cristãos; de muçulmanos; de ateus; de gordos ou de magros. A diferença entre um adulto e uma criança é que o adulto entende que o mundo não tem necessariamente de gostar dele.

O que não é legítimo é transformar uma aversão em instrumento de discriminação ou violência. Não porque isso seja um crime homofóbico. Mas porque isso é simplesmente um crime.

E os crimes não têm sexo, nem cor, nem religião. Se Suplicy olhar para a estátua da Justiça, entenderá que os olhos da figura estão vendados por uma boa razão.

Pretender criminalizar a homofobia porque não se gosta de ideias homofóbicas é querer limpar o lixo que há na cabeça dos seres humanos. Essa ambição é compreensível em regimes autoritários, que faziam da lavagem cerebral um método de uniformização. Não deveria ser levado a sério por um Estado democrático.


domingo, 11 de dezembro de 2011

Pedalada de dezembro 2011

Desejei muito retomar as pedaladas dominicais. Antes nos alugávamos as bicicletas lá mesmo no Parque de Pituaçú. Quando Rosângela e Lívia me disseram que haviam comprado, cada uma sua bike, fiquei tentado também. Acabou que achei uma pechincha semi-nova.
Na primeira pedalada que fiz com minha "nova" bike na orla do Jardim de Alah descobri que o banco não era dos mais confortáveis, a mesa do guidão tinha muito avanço e o próprio guidão era reto. Sou atleta de fim de semana e ainda por cima, fora de forma. Tratei de substituir estas peças por algo que me desse mais conforto.
Agora sim. Só faltava combinar dia e horário para a inauguração oficial e eis que aconteceu.

Cheguei as 7h45 no parque de Pituaçú. Esperei um pouco até dar o horário combinado...

... quando a primeira da equipe chegou. Foi a Lívia...

... depois Feliciano. Por fim Rosângela e Herbinha. Time completo hoje. Na verdade o numero de membros muda a cada dia de pedalada.

Uma paradinha estratégica na represa para tirar fotos.


Vídeo mostra mais uns detalhes do percurso. É muuuuiiito bacana.
Depois da parada para tomar aquela água de coco chegamos ao final de mais um encontro.

A última pedalada que registrei foi esta (clique aqui).

Até a próxima.


quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Liberdade , Patrulhamento Ideológico e Hipocrisia

Senhores(as),

Hoje publiquei na intranet da instituição de ensino publico federal que trabalho com professor uma notícia requentada que saiu na revista Veja da semana passada com o título de “O combate secreto de Chávez contra o câncer”. Foi a matéria completa que começa “O presidente venezuelano declarou estar curado do câncer, mas fontes em seu país afirmam que ele pode não sobreviver até as eleições de 2012” e por aí vai (veja matéria completa).

Imediatamente recebi como resposta de um colega mestre quase doutor em área tecnológica o seguinte comentário, divulgado também para todos da mesma intranet:

“Só posso lamentar. É o típico jornalismo de esgoto da (Não) Veja.
Pouco importa se Chavez é isso ou aquilo, se ele está omitindo ou não informações sobre sua saúde. Este detrito não tem o mínimo de respeito com o sofrimento alheio.
‘Quem gosta de moleza, bota a boca no esgoto’. Pode ser modificada a segunda parte para "... lê Veja".
A piada macabra fica mesmo por conta da epígrafe final. Maravilhosa!
Tanto cá no pântano como lá no esgoto!
Sds. JM”

Como se não bastasse outro colega de trabalho parece que também tomou as dores de Chaves pelos escrito da revista Veja, que não tenho qualquer ligação a não ser de assinante voluntário, escrevendo no mesmo veículo de comunicação institucional.

“Prezado JM, Concordo plenamente contigo, e o pior é que além de tratar de forma jocosa a doênça a qual sofre o Chavez, a reportagem ainda aproveita para criticar o sistema hospitalar cubano, o qual sabidamente tem dado um exemplo de como tratar a população sem distinção de classe social e "status" economico, vide o modelo amplamente exportado para o mundo "medico da familia".
É uma pena que em função do radicalismo de posicionamento político, alguns extremistas da direita, não enxerguem isto.
JC"


Não resisti a necessidade de formular uma “pequena” resposta. Eis que assim o fiz, a seguir.

Três conceitos escrupulosamente esquecidos pelos que se dizem defensores de liberdades democráticas: Liberdade, Patrulhamento Ideológico e Hipocrisia. Vamos a cada um deles extraídos sem muito esforço da internet, mas ilustrativo.

LIBERDADE
s. f. - Faculdade de fazer ou de não fazer qualquer coisa, de escolher.
Independência.
Estado oposto ao do cativeiro ou prisão.
Liberdade de consciência, direito de ter ou não uma crença religiosa ou filosófica.
Liberdade individual, direito que tem cada cidadão de ir e vir sem restrição.
Liberdade natural, direito que o homem tem por natureza de agir sem qualquer constrangimento externo.
Liberdade de opinião, de pensar, direito de exprimir cada um seus pensamentos, suas convicções.

PATRULHA IDEOLÓGICA OU PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO
é uma organização informal de pessoas unidas por laços ideológicos ou religiosos que tem por objetivo de impor seus ideais a outro grupo de pessoas, munindo-se de discursos, protestos e reivindicações. Essa atividade se caracteriza por uma vigília constante do espaço e público alvo.

O patrulhamento pode se aproveitar de relações de autoridade para ser feito, como numa sala de aula na relação professor-aluno ou de abuso de espaço público onde transitam grande número de pessoas diariamente. O objetivo do patrulhamento ideológico é sobretudo subverter o público para que este acredite, se convença e siga as normas e critérios dos patrulhadores.
É por vezes criticado quando seu uso se dá em meio educacional, em centros universitários, e demais locais onde é consolidada formação intelectual depessoas. É tolerado com certa parcimônia, respeitando-se as leis vigentes locais mas considerado eticamente falho quando feito sob certas circunstâncias (...) dependendo de sua base política e ideológica.

HIPOCRISIA
s.f. Vício que consiste em aparentar uma virtude, um sentimento que não se tem. Ato de fingir ter crenças, virtudes, idéias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. Falsidade.

Segundo Alexis de Tocqueville, a liberdade não pode se fundamentar na desigualdade; deve assentar-se sobre a realidade democrática da igualdade de condições. O termo que constitui a noção de liberdade é a ausência de arbitrariedade.

Senhores Patrulhadores ideológicos, acho-os hipócritas, arbitrários. Estão cada vez mais íntimos da técnica da mentira apregoada por um de seus maiores expoentes, Lenin: "Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é!"

Os hipócritas naturalmente, como técnica de patrulha, ou tentam esmagar a fonte (como sempre, sem discutir as idéias – acredito que por absoluta incompetência tal o descontrole emocional que incapacita qualquer resposta racional e coerente, mesmo naqueles de alta formação acadêmica, o que neste caso não quer dizer nada), ou o isolamento, como se o oponente ideológico estivesse possuído por alguma moléstia, ou o enquadramento classificatório em tons de acusação (sem provas é claro), tentativa desesperada de entender o que não consegue por isso mesmo precisa expressar através de algo que lhe seja próximo, e que seja pejorativo - claro, se não, não tem graça.

Já pensei do jeito que eles pensam, e como fui tolo. Mais hoje, como diz um trecho de Cântico Negro do poeta José Régio

“(...) Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!”


Enquanto isso na UNB (sobre reportagem da Veja - ah! a Veja)


"O propósito da universidade deveria ser a excelência. Na UnB, isso foi substituído pela partidarização do ensino." Frederico Flósculo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

"A UnB se tornou palco das piores cenas de intolerância. Não há espaço para diálogo. Ou você partilha do pensamento dominante ou será perseguido."
Roberta Kaufmann, procuradora, mestra em direito pela UnB

"A universidade foi tomada por um patrulhamento ideológico tácito, orquestrado para funcionar sem ser notado. Quem pensa diferente é relegado ao limbo."
Ronaldo Poletti, professor de direito da UNB

"A UnB deixou de ser uma instituição acadêmica para se tornar um instrumento de domínio ideológico."
Ibsen Noronha, ex-professor voluntário da Faculdade de Direito

"A UnB vive um processo típico de uma instituição que se tornou um aparelho em prol de uma causa."
Demétrio Magnoli, sociólogo

Vejam, opa, examinem a reportagem do site abaixo. É ilustrativo para todos.


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José Lamartine Neto

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Maquiavel ou a Confusão Demoníaca de Olavo de Carvalho



Lançamento do livro "Maquiavel ou a Confusão Demoníaca"

Autor: Olavo de Carvalho

Descrição:

“Dos pensadores modernos mais célebres, Nicolau Maquiavel é talvez o primeiro a entregar ao público uma doutrina tão desencontrada e confusa. Tão desencontrada e tão confusa que um de seus melhores intérpretes, Benedetto Croce, resumiu quatro séculos de investigações com a conclusão desencantada de que o pensador florentino é ‘um enigma que jamais será resolvido’. Depois de Croce, outros estudiosos de primeira ordem, como Leo Strauss, Quentin Skinner, Hans Baron e Maurizio Viroli acreditaram poder resolver o enigma; porém as soluções que lhe ofereceram divergiam tanto umas das outras que só conseguiram multiplicá-lo.

Evidentemente não espero, aqui, ter mais sorte do que esses meus ilustres antecessores. Confesso, desde logo, que não compreendo Maquiavel melhor do que eles; talvez o compreenda menos. Mas meu objetivo aqui não é compreendê-lo, torná-lo mais inteligível. É traçar da maneira mais precisa possível o perfil da sua ininteligibilidade, porque esta se incorporou de tal modo a cinco séculos de discussão filosófica e política no Ocidente, que não há exagero em considerá-la uma das constantes da modernidade.”

Ficha Técnica:

Número de Páginas: 96
Editora: VIDE Editorial
Idioma: Português
ISBN: 978-85-62910-03-6
Dimensões do Livro: 12,5 x 19,2 cm

Para comprar clique aqui

Vídeo de lançamento do livro


domingo, 27 de novembro de 2011

O discurso comunista mudou



Trecho lido do artigo "O Poder da Loucura" de Olavo de Carvalho




A prova de sociologia

Depois que um aluno fez a postagem da prova de sociologia um colega no facebook e da série de manifestações, vi finalmente a bendita prova (abaixo)


Fiz este comentário logo de imediato... Esta escola já foi motivo de orgulho. Hoje é isso... pena!!!
 Pensei mais um pouco e acrescentei...

Por outro lado isso pode ser o reflexo da imposição de disciplinas de cunho ideologizante de forma obrigatória e a resposta do aluno pode refletir o grau de respeito que ele tem. Acredito que ele não está sozinho e até agora (10h20 de 26.11.2011) somam 265 comentários, 67 compartilhamentos e 38 curtidas, pessoas que podem não ter agido como o aluno da prova, mas sentem o aparente desprezo que ele sentiu.

Eis que um colega que está em outro Estado estudando escreve:

José Lamartine, sou doutorando em Sociologia e gostaria de saber, com o seu capital intelectual, qual o conteúdo ideológico dessa prova? Você conhece esse conteúdo? Agora te pergunto, ficar ensinado aos alunos como ser um bom profissional, como apertar uma válvula, tudo isso é neutro? Você não sabe nada de Sociologia, portanto, fale do que você estudou, de sociologia deixa para mim que sou doutorando.
Ah, só para lembrar, pela UFRJ.
Sabe qual é o meu sonho: que ele fosse meu aluno.
Acho que ela vai ser meu aluno pois volto em março de 2013. Será um prazer!
Gostaria de responder-lhe mais detalhadamente mas acabei enviando isso daqui

Professor, o senhor percebeu que não entrei no mérito da prova e sim me referi a “disciplinas de cunho ideologizante de forma obrigatória” tal o contexto de imposição dos PCN e seu conteúdo? Quem sabe a resposta não esta no processo histórico de formação dos próprios professores?
Como ex-aluno e professor desta Instituição (antes mesmo da existência da sociologia como disciplina obrigatória) sempre trabalhei buscando entender a realidade que nos cerca e parece que não foi tão ruim, basta ver o resultado por nossos ex-alunos. Portanto sempre me interessei pelas causas sociais, buscando entender como se dá a interação entre os indivíduos e como se organizam.
Como psicólogo me interesso também pelas motivações individuais e grupais. Porque as pessoas e as massas sociais fazem o que fazem. Que razões elas tem, conscientes ou inconscientes para agirem assim. Isso é também meu objeto de estudo e trabalho.
Caso não tenha percebido ainda, as fronteiras de nossas atividades não são rígidas como o senhor gostaria que fosse ao declarar “... de sociologia deixa para mim que sou doutorando”. Mas do que nunca nosso mundo precisa de flexibilidade.
Esta é a resposta preparada do que penso do trabalho que a maior parte dos professores de sociologia fazem. É bom que se diga que existem honrosas exceções. 


Professor, o processo de ideologização é a base da formação acadêmica brasileira nos últimos 40 anos, principalmente porque aqueles que eram ou se tornaram professores, agentes do movimento da esquerda internacional, que não foram exilados (ou se auto-exilaram fora do país como a maioria), ficaram por aqui dentro dos seus refúgios nas universidades públicas (principalmente), nas quais passaram fazer “a cabeça” de seus universitários com mais intensidade. Estes se formaram e ajudaram a formar outros, e outros, e outros e, conforme a tese de ocupação dos espaços de Antonio Gramsci, ao qual estão sendo fiéis, não mais promovem a revolução armada, mas sim uma "revolução cultural" lenta e gradual, como a velha receita para se "cozinhar um sapo" que todos conhecem.
Antes da sociologia ser uma disciplina obrigatória, na época da existência de OSPB e ON, nós, professores de áreas técnicas influenciamos muitos alunos na militância, e que voce hoje conhece como Alice Portugal, Nelson Pelegrino, Daniel Almeida etc., e vejam o estrago ideológicos que estes e tantos outros fizeram com nosso querido Brasil ao acabar com a democracia. Acabou mesmo, o que temos é uma disputa descarada por cargos burocráticos (leia de vez em quando a revista Veja) mas não uma oposição de ideologias, base do princípio democrático. Por esta lei da ideologia única se alguém se opuser é sinal de que será massacrado pelos cães de guarda (bastar ver o coitado do Cabo Anselmo no programa Roda viva) em um processo de patrulhamento ideológico massacrante.
Hoje temos alinhados "partidos socialistas revolucionários, o PT e o PV, movimentos revolucionários como o MST, e o MR8 (que muitos julgam extinto) e outros, incluindo aí a igreja progressista, da teologia da libertação. Partidos comunistas marxistas-leninistas o PC do B e o PCB (dito “pcbinho”). Marxistas-trotskistas o PSOL, o PSTU e PCO. Marxistas-gramscistas o PPS e o PSB. Temos ainda os movimentos comunistas anarquistas, que podem ser ou revolucionários ou pacifistas, orientados pelo Fórum Social Mundial, compostos por ONGs e OGPs, extremamente ativas na desconstrução da sociedade tradicional. Finalmente, apresentando-se como a panacéia dos sofrimentos desta mesma sociedade, os dois partidos sociais-democratas, o PSDB, do socialismo fabiano, e o PDT, da Internacional Socialista, ambos reformistas." (fonte http://joselamartine.blogspot.com.br/2010/06/quadro-politico.html)
Nas palavras de Gramsci: "O moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que seu desenvolvimento significa... que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio moderno Príncipe... O Príncipe toma o lugar nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume".
Ou seja, este moderno Príncipe é esta ideologia que entra nas mentes e consciências tenras de forma inquestionável e imperceptível. É claro que se os agentes deste processo de manipulação tomarem consciência disso decerto se revoltariam e fariam um movimento contrário.
Logo, me perguntar qual o conteúdo ideológico da prova é querer me intimidar, já que meu comentário foi geral. Sua visão de que nosso trabalho é “apertar uma válvula” não implica que não saibamos o ocorre com nossos alunos nas várias disciplinas que estudam.
Como psicólogo me interesso também pelas motivações individuais e grupais. Porque as pessoas e as massas sociais fazem o que fazem. Que razões elas tem, conscientes ou inconscientes para agirem assim. Isso é também meu objeto de estudo e trabalho.
Por fim sei que voce é doutorando em sociologia, na verdade todos já sabem, mas foi bom querer marcar território inclusive dizendo que não sei nada de sociologia, dessa sociologia.
Muito me admira que do alto de sua potencia acadêmica voce tente se apropriar com exclusividade de um conhecimento que está aí a quem quer que esteja disposto e minimamente motivado a aprender, não apenas como atributo exclusivo dos “iluminados”, mas aqui, caso não tenha percebido ainda, as fronteiras de nossas atividades se entrelaçam, não são rígidas como o senhor gostaria que fosse ao declarar “... de sociologia deixa para mim que sou doutorando”. É ser muito prepotente, mas não estranho.

SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: Entrevistas com Márcio da Costa e Santo Conterato (Junho de 2009) 
http://www.habitus.ifcs.ufrj.br/pdf/7entrevistas.pdf
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Ativismo Político do CFP - Luciano P. Garrido

Por Luciano P. Garrido (*)
"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer aos outros o que eles não querem ouvir" George Orwell

O Conselho Federal de Psicologia – CFP perdeu o rumo. Movido por um forte ativismo ideológico, o órgão passou a negligenciar sua verdadeira missão institucional. A atual gestão, presidida pelo Sr. Humberto Verona, tem pautado suas ações por uma agenda política totalmente alheia aos interesses profissionais dos psicólogos. O “movimento cuidar da profissão”, cuja chapa saiu vencedora na última eleição do CFP, manifestou à época apoio integral à candidatura Dilma Rousseff, elaborando inclusive um abaixoassinado (veja aqui), que é uma verdadeira ode ao governo petista. Ao invés de cuidar da profissão, o que o movimento tem feito é cuidar dos próprios “companheiros”. Não é por outro motivo que a atuação do CFP, em diversos momentos, tem apresentado contornos claramente partidários. Contra esse aparelhamento político dos conselhos de psicologia do país, a Lei 5.766 de 1971 é bastante taxativa ao definir suas atribuições:
“Ficam criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionai de Psicologia, dotados de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, constituindo, em seu conjunto, uma autarquia,destinados a orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Psicólogo e zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe.” (Capítulo I – Dos Fins, art. 1º, grifo meu).
Vale dizer que nenhuma norma editada pelo CFP pode ampliar, reduzir ou simplesmente modificar o rol de atribuições outorgado pela referida lei. O que se vê na prática, porém, é que a atuação do sistema de conselhos, além de deturpar sua missãO institucional, tem violado sistematicamente o próprio Código de Ética da profissão:
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais

CFP e a militância GLBT
Não é só o CFP que extrapola suas atribuições. Os conselhos regionais de psicologia também andam avançando o sinal vermelho. O CRP de São Paulo, por exemplo, superou todos os limites da decência ao patrocinar um trio elétrico para animar o cortejo da “Parada do Orgulho GLBT” em São Paulo (vídeo aqui). De um só golpe, o CRP/SP mandou às favas o princípio da moralidade pública e os preceitos éticos da profissão – afinal, não se trata de “induzir a convicções de orientação sexual”? E mais: de onde saiu o dinheiro para financiar toda essa algazarra? O episódio cheira a improbidade administrativa. De qualquer forma, o que se percebe é que a velha política do panis et circenses ganhou adeptos entre psicólogos “progressistas”, ao ponto do próprio CFP
– órgão disciplinador máximo da profissão – aderir à farra paulistana e colocar em sua página oficial uma nota entusiástica com referência ao carnaval promovido pelo Conselho Regional (veja aqui). E agora, quem fiscalizará o fiscal? Quem vai disciplinar o órgão disciplinador?
 
CONTINUA...
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Texto na íntegra:
LEIAM e se acharem conveniente DIVULGUEM "O Ativismo Político do Conselho Federal de Psicologia"



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

SOBRA DINHEIRO, FALTA VIGILÂNCIA - Entrevista com Roberto DaMatta

Veja - EDIÇÃO 2236 DE 26/09/2011

O respeitado antropólogo brasileiro diz que o modelo de estado do PT, tão onipresente quanto ineficaz, só contribui para que a corrupção se dissemine pelo país. O antropólogo Roberto DaMatta, 75 anos, dedicou grande parte de sua vida a decifrar o comportamento dos brasileiros, publicando livros que se tomaram clássicos, como Carnavais, Malandros e Heróis, de 1979. Ele observou de perto o objeto de suas pesquisas, seja embrenhando-se por tribos indígenas, seja examinando as pessoas ao volante - esse último assunto, aliás, abordado em seu mais recente livro, Fé em Deus e Pé na Tábua. Há sete anos, depois de quase duas décadas como professor na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, DaMatta voltou a viver em Niterói, sua cidade natal, e hoje dá aulas na PUC do Rio. Casado há 48 anos com Celeste (que sofre da doença de Alzheimer), com quem teve três filhos, ele lamenta: "O PT enterrou o ideal de pureza e aderiu às piores práticas do velho clientelismo".

Qual é a parcela de culpa do PT nos altos níveis de corrupção no Brasil?

Na era petista, essa praga que toma o estado brasileiro disseminou-se à vontade, a ponto de a população indignar-se e ir às ruas protestar. Assim que chegou ao poder, o partido enterrou de vez o ideal de pureza do qual tinha o monopólio. Para pôr de pé seu projeto, aderiu às piores práticas do velho clientelismo: (troca de favores, cargos e dinheiro. Desse modo, conseguiu formar a Arca de Noé que é a coalizão na qual se apoia hoje e que lhe confere tanta força. Também deixou vago o espaço de uma oposição rigorosa, intolerante e dura, que deveria agora estar fiscalizando a farra no estado. É preciso lembrar àqueles que mandam na corte de Brasília que a máquina pública não é um veículo de enriquecimento e de aristocratização de seus funcionários. Veja o descalabro que é a evolução do patrimônio dos políticos brasileiros. Sua fortuna cresce a velocidade comparável apenas ao ritmo que embalou os barões de estradas de ferro nos Estados Unidos do século XIX. Algo está muito errado.

Por que o Brasil é um dos campeões mundiais de corrupção?

Primeiro, porque nosso estado é grande e centralizador de verbas e não atua com metas claras pelas quais precise prestar contas à sociedade. Sobra dinheiro e falta vigilância. Além disso, estamos falando de um mal de raízes muito antigas, entranhado no caldo cultural brasileiro desde os primórdios da colonização portuguesa. Foi ali que se fincaram as bases da ideia antimoderna de estado que persiste até hoje.

Quais seriam essas bases?

Temos um modelo de estado generoso, condescendente e que faz vista grossa aos pecadilhos de seus altos funcionários em detrimento do mérito e da eficiência. Ou seja: é um verdadeiro pai, mas apenas para quem se encastela na máquina e para os que orbitam ao seu redor. Ali impera a lógica dos privilégios e dos favores, como se fosse a extensão da própria casa daqueles que estão sob suas asas. São velhas práticas que já se observavam à chegada de dom João VI. Quando desembarcou no Rio de Janeiro, um de seus primeiros atos foi confiscar um lote de casas para dar de presente à corte. Mais tarde, o então imperador dom Pedro I sairia distribuindo títulos de nobreza aos parentes da marquesa de Santos, então sua amante. A proclamação da República não representou uma verdadeira ruptura dessa lógica. Mudou o regime, mas não a maneira de governar, tampouco a mentalidade reinante. Antes, inchava-se a máquina pública com parentes de sangue. Com o PT, o parentesco obedece à proximidade ideológica.

Por que as instituições não conseguem coibir os absurdos?

Porque não sabemos distinguir o público do privado. É preciso contar com um conjunto de instituições de dimensão pública que ajude a fazer a transição do núcleo familiar para a vida em sociedade, demarcando bem as fromeiras. Nos países europeus e nos Estados Unidos, são as próprias escolas que tratam de ensinar às pessoas, desde muito cedo, que as regras de casa, onde cada um é especial e tem seus privilégios, simplesmente não podem se reproduzir na rua. Enquanto há pelo menos dois séculos se aprende ali a discemir o público do privado no bê-á-bá, no Brasil, em pleno século XXI, ainda se acha essa uma ideia estranha. Nossos maus hábitos se replicam, e se aprofundam, no âmbilo do estado. Também nossas leis não ajudam a rechaçar a praga da corrupção.

Por quê?

A matriz jurídica no Brasil visa a garantir que determinadas pessoas em certas posições jamais sejam punidas. Para elas sempre há uma brecha legal. Foi o que ocorreu recentemente no caso da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), filha do ex-governador Joaquim Roriz. Apesar de todas as evidências de ter acumulado dinheiro ilicitamente, Jaqueline foi absolvida por seus pares, porque eles entenderam que ela teria prevaricado antes de se tornar deputada. Sendo assim, não haveria motivo para cassar seu mandato, o que a levaria à perda do cargo e da imunidade parlamemar, abrindo a possibilidade de ela ir a julgamento. Esse caso é emblemático de como a lei, ao se moldar ao perfil de poder do réu, se toma antiética. A leniência nesses casos é regra não exceção. O estado brasileiro usa as leis para manter os maus costumes. É vital inverter essa lógica perversa.

O sistema eleitoral brasileiro precisa mudar?

Sim, e o voto distrital seria um avanço. A experiência mostra de forma contundente que esse sistema é eficaz por aproximar a sociedade dos políticos que ela elegeu, já que encurta o caminho para a cobrança de resultados e para a fiscalização. Pode fazer enorme bem ao país. Pois aqui ainda há uma distância espantosa entre eleitores e eleitos, que se beneficiam disso para fazer o que bem querem em seu cargo. Enfatizo que é preciso consolidar instituições que tratem de garantir que o estado trabalhe em benefício da sociedade - e não em favor de si mesmo.

Em sua opinião, o governo se mete demais na vida das pessoas?

O PT cultiva um especial apreço pelos marcos regulatórios, uma excrescência que se dissemina em nosso país à revelia do bom-senso. O hábito vem de uma ideia atrasada segundo a qual o estado teria a resposta para todos os males da população - o que obviamente não tem. É um ideário que guarda parentesco direto com o populismo clássico. De acordo com essa corrente, sempre caberá mais um sob as asas benevolentes do estado, que acolhe e protege a todos. Para mim, está claro que isso não passa de uma maneira adocicada de não encarar questões amargas, que têm a ver com metas, mérito e com o bom gerenciamento dos recursos que são, afinal, dos cidadãos. O estado é hoje onipresente, mas o que ele precisa ser é eficiente.

O senhor pode dar um exemplo de intromissão indevida do estado?

A discussão sobre a regulamentação da imprensa, que quando achamos que está morta teima em voltar à cena, é particularmente revoltante. Não vejo outro nome para isso senão fundamentalismo. Nos Estados Unidos, a liberdade de imprensa é um dos valores constitucionais mais caros. É sagrada. Já dizia Thomas Jefferson (1743-1826), em palavras de extrema lucidez, que preferia uma imprensa sem governo a um governo sem imprensa, sempre, segundo ele, "considerando que todos possam ler jornais". São ideias avançadas e consolidadas que parecem passar ao largo das preocupações do PT, mais voltado para o seu projeto de se manter no poder o maior tempo possível. Mesmo que não tenha um plano definido sobre o que quer para o país e esteja perdido em um caldo ideológico confuso.

Quais são as indefinições do PT?

Há uma grande indefinição no PT quanto ao que o Brasil deve ser. Ouve-se de tudo: socialista, protossocialista, pós-socialista, capitalista. Falta também ao partido definir de uma vez por todas o que pensa sobre direitos humanos. Apoiar ditaduras mundo afora é uma contradição não só com sua trajetória, mas também com seu discurso atual - o mesmo que levou o partido ao poder. Em meio a ,dúvidas tão fundamentais, emerge um paradoxo. Mesmo que o país já se baseie em um sistema econômico moderno e competitivo, que o PT acolhe e em certa medida impulsiona, persiste até hoje uma forte resistência de petistas a valores universais como liberdade, competição e meritocracia. É algo inaceitável para um país que se pretende peça relevante de um mundo globalizado.

Por que há tanta resistência à ideia da meritocracia no Brasil?

A ideia de distinguir as pessoas por suas competências e talentos especiais sempre foi rechaçada pela maioria porque vai de encontro à própria maneira como nos entendemos no mundo: o brasileiro se sente estranho e desconfortável em situações nas quais os papéis não estão predefinidos, mas precisam ser conquistados à distância das relações de parentesco e amizade. No fundo, temos verdadeira alergia ao igualitarismo, segundo o qual todos dão a largada do mesmo ponto e cada um chega a um lugar diferente dependendo do próprio esforço e resultado. Eu mesmo passei boa parte de minha vida profissional fora do Brasil para fugir desse tipo de dogma.

O que mais o incomodava no ambiente universitário brasileiro?

Nas instituições públicas, impera a regra do tradicional funcionalismo - uma camisa de força para o trabalho intelectual. Muita gente na universidade, que gosta de estar sob tais normas, faz jornada das 9 da manhã às 5 da tarde. Como se fosse possível a quem ambiciona produzir algo verdadeiramente relevante e original encerrar o expediente com o critério do cartão de ponto. Comprar um reagente ou qualquer outro material é uma via-crúcis. Quem julga o processo é um burocrata de Brasília sem nenhuma sintonia com a cabeça do cientista. E as greves? Evidentemente, respeito o protesto, mas a paralisação das aulas é inadmissível. Professor indignado deve dar mais aulas ainda. De tudo, no entanto, o que mais me agastava era a isonomia salarial. É inadmissível ganhar o mesmo que um profissional que fica contando os minutos para ir para casa, Como o grande gerente do ensino superior de elite no Brasil, o estado não tem contribuído para tornar a academia brasileira criativa e inovadora.

Em sua mais recente pesquisa, o senhor estudou o comportamento dos brasileiros no trânsito. O que concluiu?

O trânsito mostra de forma inequívoca como o brasileiro tem horror a situações em que é colocado em igualdade de condições com os outros. Porque, ainda que uns dirijam suas limusines e outros, carrinhos populares, ou que uns tenham dinheiro para molhar a mão do guarda e outros não, o sinal vermelho será o mesmo para todos. Ultrapassá-lo significa pôr a própria vida e a dos outros em risco. As 40000 mortes no trânsito registradas no Brasil por ano são, em grande parte, o resultado da absurda e homicida tentativa de sobrepor-se à regra. O sistema de favores e privilégios, tão eficiente em outras esferas, não garante a invulnerabilidade dos que desrespeitam as regras de trânsito. Para um antropólogo como eu, ainda que com todos os entraves, o Brasil oferece um campo inesgotável para a investigação científica.

Sua mulher foi diagnosticada com a doença de Alzheimer. Como é lidar com isso?

Essa doença é terrível porque rouba a alma do doente, subtraindo dele o que nos torna, afinal, humanos: a capacidade de expressar de forma elaborada nossas ideias e emoções. A doença de rainha mulher, Celeste, foi diagnosticada há sete anos, e hoje ela já não fala, só sorri. Claro que faço projeções sobre esse sorriso. Será que é para mim? Celeste foi perdendo a capacidade motora e cognitiva aos poucos. No princípio, até pensei: "Não deve ser tão complicado". Mas com o tempo a doença mostrou seu lado mais perverso. É doloroso demais perceber que da pessoa que conheci há 48 anos, por quem me apaixonei perdidamente e com quem formei uma família, só ficou o corpo, como uma lembrança do que já foi. Ela ainda está aí, mas não dá para traduzir em palavras a falta que me faz.

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