quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A questão não é Palmares

O novo quilombo dos Palmares

Estudos recentes mudam a visão que predominou no século XX sobre os povoados


O que se pensava

• O quilombo era uma sociedade igualitária, com uso livre da terra e poder de decisão compartilhado

• Zumbi lutava contra a escravidão

• Zumbi foi criado por um padre, recebeu o nome de Francisco e aprendeu latim

• Ganga-Zumba, líder que antecedeu Zumbi, traiu o quilombo ao fechar acordo com os portugueses


O que se pensa hoje

• Havia em Palmares uma hierarquia, com servos e reis tão poderosos quanto os da África

• Zumbi e outros chefes tinham seus próprios escravos

• As cartas em que um padre daria detalhes da infância de Zumbi provavelmente foram forjadas

• Ao romper o acordo com Portugal, Zumbi pode ter precipitado a destruição do quilombo


Da fonte: http://veja.abril.com.br/191108/p_108.shtml

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José Lamartine Neto

CEFET-BA/DTEE/Automação

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"Todos nós nascemos originais e morremos cópias." (Carl Gustav Jung)

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Prezados,

Sabemos de a muito tempo, que a Revista Veja, não se constitui em um orgão informativo de confiança, portanto esta matéria divulgada nas suas páginas, não possui a credibilidade necessária para os historiadores e para a comunidade negra.

Talvez, esta seja mais uma tentativa da classe burguesa brasileira de desconstruir o mito e o heroi "Zumbi" e a resistência do "Quilombo de Palmares"

J. C. - Geografo

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Caro Prof. J. C.,

Não acrescentei estas informações sobre os autores citados na revista que "não se constitui em um orgão informativo de confiança" porque acreditei que antes de qualquer "julgamento", se buscasse a origem das informações e fosse feito as devidas ponderações.


QUEM SÃO OS AUTORES (E ALGUMAS DE SUAS OBRAS) USADOS NA MATÉRIA DA REVISTA


Ronaldo Vainfas

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4787526J3

Autor do "Dicionário do Brasil Colonial (1500 - 1808)"

O dicionário crítico analisa o período colonial, abarcando três séculos de história (de 1500 a 1808). Os verbetes trazem personagens, fatos e temas, às vezes polêmicos. Vainfas desenvolveu este projeto com a parceria de mais cinco especialistas. É professor de História Moderna na Universidade Federal Fluminense e trabalha com história das mentalidades.


Manolo Garcia Florentino

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1A

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4783821Z5

Mestrado em Maestría en Estudios Africanos. La Trata Atlántica y las Sociedades Agrárias del Africa Occidental (Ensayo Sobre las Consecuéncias del Tráfico Negrero en la Agricultura del Oeste Africano, c. 1450-c.1800), Ano de Obtenção: 1985

Doutorado em Programa de Pós-Graduação em História.

Em Costas Negras: Um Estudo Sobre o Tráfico de Escravos Africanos para o Porto do Rio de Janeiro. c. 1790-c. 1835, Ano de Obtenção: 1991.

O livro Em Costas Negras, publicado em 1997 (ou seja, há 11 anos), traz uma grande contribuição para a historiografia brasileira. Fruto de uma análise econômica do tráfico de escravos, o livro retoma a recente discussão sobre a necessidade de voltar-se para o continente africano no intuito de entender os processos históricos brasileiros.


Flávio dos Santos Gomes

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1C

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4782975P2

Livro - Histórias de Quilombolas - Mocambos e comunidades de senzalas no rio de janeiro, século XIX, Companhia das Letras.


O livro retrata o mundo interligado das senzalas e dos quilombos no Rio de Janeiro do século XIX. Resultado de pesquisa primorosa feita em arquivos policiais e judiciários, o livro descreve com detalhes as ligações dos quilombolas com grupos livres e com os cativos, mostrando como os fugitivos abalavam o equilíbrio das relações escravistas. A primeira parte do livro conta como, no século XIX, os quilombos de Iguaçu, no recôncavo da Guanabara, resistiram à repressão das autoridades. Taberneiros, pequenos negociantes e escravos comerciavam com eles e os informavam sobre as expedições repressoras. A segunda parte examina a "insurreição quilombola" de Manoel Congo, em Vassouras, em 1838, de que participaram cativos africanos e "crioulos" (nascidos no Brasil), trabalhadores, domésticos e lavradores - tanto homens como mulheres. O final reúne histórias dos anos 1870 e 1880 que mostram como a crise de legitimidade do escravismo potencializou o movimento de libertação dos escravos.


Também fiquei preocupado, Prof. J. C., pelo que o Senhor escreveu. Não o conteúdo, mas o sentido. Parece uma defesa a algo ofensivo. Em momento algum tive esta intenção de ser desrespeitoso, mas parece que, quando se fala algo não conveniente, "se não for do agrado a informação não serve" como se a busca por uma verdade fosse algo perigoso.


Acredito que o Senhor se lembre que temíamos muito este método de "desqualificar" uma fonte, tirar-lhe a credibilidade, estratégia muito usada pelas ideologias, mas principalmente pela temida ideologia dominante de outrora.


De que é que se tem medo???


Ora, como fazemos parte de uma mesma Instituição Educacional convido-o a fazer uma reflexão sobre estas práticas, uma vez que o papel democrático da escola tem que ir alem de uma "contaminação ideológica" seja lá em que sentido for (direita, esquerda, centro...).


A escola e seus integrantes devem servir de referencial de tratamento igualitário, aquilo que queremos para a sociedade (ou reproduzir as disparidades)? É justamente este forma de conduta que criará o cidadão que lutará por seus direitos.


Se temos uma postura discriminatória quanto às questões polemicas, é isso que ensinamos aos nossos alunos, a discriminarem. Devemos combater estereótipos através de conteúdos mas, principalmente, das nossas práticas.

O uso de antolhos ideológicos, cria o sujeito com visão em um único sentido, impedido de observar o que ocorre em sua volta.


A propósito, escrevi em junho e agosto de 2008 algo que tem haver com isso, portanto o convido a ler em

http://joselamartine.blogspot.com/2008/06/despeito.html

http://joselamartine.blogspot.com/2008/08/escolha-minha-mesmo.html


Um cordial abraço

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José Lamartine Neto

CEFET-BA/DTEE/Automação

"Todos nós nascemos originais e morremos cópias." (Carl Gustav Jung)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Curso de AVA em Moodle - Relato final.


O que é o Moodle? Não fazia a menor idéia. Já tinha ouvido falar de Educação a Distância. Cheguei a fazer um curso de “Ética no Serviço Público” à distância, mas continuava um cego.

Depois das boas vindas e da expectativa criada veio o meu chat no moodle e, que decepção. Fiquei frustrado com dinâmica e com as minha diferença em relação aos outros que conseguiam entender aquela loucura. Foi o começo, comendo poeira.

Na criação das equipes fui auxiliado pela Sandra. Entrei no grupo 03 da Lígia. Isso na primeira semana de agosto. Nossa equipe ficou com os seguintes integrantes: Alessandra, Alessandro, Jeane, eu, Ligia e Suzana.

Participei da discussão sobre Lenda ou Verdade? que a Sandra colocou. Lembrei da Matrix e da Ética. Já tinha tido experiência em curso de Ética no serviço publico e que uso algum recurso digitalizado com meus alunos.
O contrato didático é uma ótima idéia. E segui fazendo as avaliações.

Consegui contribuir com a construção coletiva do texto “Como e Por que o Moodle Potencializa a Construção de Conhecimento?” e vi que outros colegas fizeram o mesmo. Realmente, o negócio ta funcionando.

Abaixo segue transcrito algumas falas que conseguimos trocar:
“Precisamos agilizar o trabalho, mais não sei como. O que penso ser interessante é que encontramos os mesmos problemas de salas "convencionais", na elaboração de um trabalho em grupo.” (Alessandro, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 15 de agosto de 2008)

“Vocês criaram o AVA Tec 03 que, pelo que entendi, é o nome do ambiente, com suas característica, que abriga os demais cursos. Excelente, a idéia era esta mesma.” (Cristiane, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 23 de agosto de 2008)

“O que estamos fazendo é não trabalhando só com um curso ou idéia mas criando uma espécie de Escola de Formação (sugeri o nome de AVATec 03). Já tem 3 cursos: Inclusão Digital, Controle Automático e Técnico em Adm Escolar. Em vez de selecionar, incluímos. Ta mais de acordo com a proposta do Ensino a Distância.” (Lamartine, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 24 de agosto de 2008)

O Ambiente Virtual de Aprendizagem Técnica da Equipe 03 é um centro especializado em formação, capacitação e re-qualificação profissional.
Disponibiliza uma série de cursos e treinamentos indispensáveis às empresas públicas e privadas, bem como aos profissionais que queiram ampliar seus horizontes.
O AVATec 03 também se preocupa em disponibilizar o ambiente mais adequado a suas necessidades, utilizando estratégias de aulas e ferramentas tecnológicas que propiciem não só a ampliação de conhecimentos bem como de sua rede pessoal.
Seja bem vindo!!!
Um abraço
Equipe AVATec 03

“Acredito que a próxima turma pode ter acesso a uma outra formatação de curso: Básico e Avançado. A divisão pode propiciar um nível de participação maior.” (Lamartine, Fóruns/ Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 31 de agosto 2008)

“Uma boa regra é que "não tem certo ou errado ou bonito e feio" pelo menos por um tempo, o tempo da ambientação coletiva.” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 31 de agosto 2008)

“Sobre o curso de Lamartine, vejo que ele avançou bastante, mas ainda está com poucas atividades para sua carga-horária. Sugiro que você dê menos importância ao conteúdo e trabalhe mais em montar atividades didáticas, utilizando ferramentas diferentes...” (Cristiane, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 2 de setembro de 2008)

“Achei boa a sugestão do Lamartine de fazer um curso básico e outro mais avançado. E também participo da opinião de que no início do curso deve ser dada bastante ênfase às ferramentas e atividades destinadas à interação entre os participantes.” (Gustavo, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 2 de setembro de 2008)

“Estou dando uma olhada nos ambientes dos grupos e dando um retorno para vocês. Pelo que percebi vocês optaram por trabalhar em cursos separados, talvez como forma de superar as dificuldades de interação da equipe. Vou fazer algumas considerações e sugestões sobre o trabalho.” (Cristiane, Fóruns/Trabalho Final - Espaço dos Grupos/Espaço de Discussão do Grupo 03, 2 de setembro de 2008)

“A desconexão interna das equipes foi motivada por varias razões como: compromissos profissionais, viagens, panes em computadores, problemas de saúde, etc. Tudo isso cria uma dificuldade gigantesca de se atingir os objetivos. Outro agravante, no meu entender, foi o volume de informações.” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 3 de setembro de 2008)

“Resolvi me ambientar o máximo que eu podia, a princípio sozinho e dentro de minhas limitações. E fui em frente.” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 3 de setembro de 2008)

“Agora no final, acredito que cresci um bocado no entendimento deste negócio de Moodle. Acho que um dos objetivos do curso era este. A questão da socialização, fica um débito para praticamente todos, dos professores e tutores até nós, alunos. Experiência para o futuro. Termos muito o que relatar...” (Lamartine, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 3 de setembro de 2008)

“Gosto da fala de Lamartine quando coloca que devemos investir em relacionamento e estamos pensando em formas de realizar isto, dentro de condições viáveis inclusive para nós formadores.” (Cristiane, Fóruns/Sugestões para a Próxima Turma/TEMPO X CONTEÚDO, 4 de setembro de 2008)

“Destaco como pontos positivos: a distribuição clara do curso em três aulas, reunindo conteúdos e atividades quantitativamente significativos; a utilização de vários recursos, o que pode tornar o curso dinâmico; o layout/desenho do curso; a organização do livro sobre controle automático (de todos os materiais elaborados, foi o que mais gostei). Algumas sugestões que faço...” (Francisco, Fóruns/Apresentação dos Trabalhos Finais/Trabalho Final-Grupo 03, 6 de setembro de 2008)

“Gostei das 3 propostas de cursos no ambiente de vocês. Muito interessante também é a idéia de um curso técnico para Administração Escolar. Mas neste curso não ficou muito claro o público-alvo e qual é a proposta de conteúdo do curso, seria só para secretaria? O curso de controle automático ficou mais avançado e a proposta também é muito boa.” (Ana, Fóruns/Apresentação dos Trabalhos Finais/Trabalho Final-Grupo 03, 7 de setembro de 2008)

“Os três cursos que você viu Ana Carolina, na área do grupo, ficaram de ser votados e escolhido um que seria o trabalhado. Foi um período que houve perda de contato geral entre os membros do grupo. Como já tínhamos enviado as propostas dos 3 cursos, tivemos a idéia de seguir o princípio do EAD - inclusão. Então, todos foram aproveitados e cada integrante investiria no seu curso, permitindo o feedback dos demais.” (Lamartine, Fóruns/Apresentação dos Trabalhos Finais/ Trabalho Final-Grupo 03, 7 de setembro de 2008)

“Acho que estamos finalizando o curso. Espero que possa acessar outros, desta mesma natureza e me aperfeiçoar. Estava olhando meus relatórios que este sistema disponibiliza, e realmente, é de impressionar o grau de detalhamento. Aprendi o que é um Ambiente Virtual de Aprendizagem. Este curso permitiu um pouco de luz na minha cegueira tecnológica. Vejo com mais clareza as potencialidades, não só da minha atividade, mas também da instituição que trabalho, que é da área de ensino profissional tecnológica, mas que está bastante defasado do que realmente é tecnologia de ensino.” (Lamartine, Participantes/José Lamartine de Andrade Lima Neto/Blogs, 6 de setembro de 2008)

Para finalizar...“Só posso agradecer aos Professores e tutores Cristiane, Lúcio, Sandra e Malos e a todos meus colegas. Todos, com suas contribuições, ajudaram a fazer uma diferença na minha vida. Um abraço a todos” (Lamartine, Participantes/José Lamartine de Andrade Lima Neto/Blogs, 6 de setembro de 2008).

É isso aí. Um abraço.

José Lamartine


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

As pessoas não se demitem, demitem-se de seus líderes.

Colegas,

Nesta hora em que mais um colega troca nossa instituição por outra, fico feliz porque ele está buscando uma situação mais adequada de trabalho e de vida, mas preocupado conosco.

Para cobrir as carências de profissionais tanto aqui no Cefet como nas Universidades e Empresas Privadas, recorre-se a concursos, seleções etc. Então seleciona-se os profissionais, certo? Acho que não. Acredito que não fazemos mais estas escolhas. É uma ilusão achar que os escolhemos. Eles nos escolhem.

Nosso nível de salário não é mais tão diferente em relação a Universidade então, o que estamos fazendo para tornar nossa instituição mais atraente?

Não temos mais ex-alunos se tornando professores com a mesma incidência do passado. O vínculo afetivo com a instituição, o orgulho de seguir os passos dos mestres, fez muitos colegas ex-alunos se doarem alem do esperado, se sacrificarem aos olhos dos demais, que não entendiam porque aquele professor trabalhava tanto. E hoje?

Voltando as questões atrativas e desafiadoras que não conseguimos empreender e que merecem atenção, tem uma outra questão: que condições “impomos” a estes profissionais, muitas vezes intimidados em seu estágio probatório?

O texto a seguir fala de “Talentos e o Futuro da sua Empresa” e, mesmo que façamos parte de uma autarquia federal é interessante saber que o mundo gira, as pessoas fazem, criam, aprendem e crescem por estarem conseguindo abrir a mente e ver alem de seus próprios umbigos. O autor faz uma provocação dizendo que quando pessoas pedem demissão, na verdade "...as pessoas não se demitem (...), demitem-se de seus líderes."

Um abraço

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José Lamartine Neto
CEFET-BA/DTEE/Automação
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Talentos e o Futuro da sua Empresa
Por Silvio Celestino
23/09/2007

Texto disponível em
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Talentos_e_o_futuro_de_sua_empresa.htm

Sem profissionais com habilidades extras o destino de seu negócio será basicamente o crescimento moderado a estagnação ou o declínio até o desaparecimento e o que é pior: tudo a custa de muito esforço. A criação de talentos dentro da organização é portanto, uma questão que assegura o futuro da empresa. Este processo é feito basicamente a partir de desafios. São eles que estimulam os profissionais a se desenvolverem. Quanto mais percebe sua capacidade de enfrentar e superar desafios, mais interesse o profissional desperta por novas habilidades. É este desenvolvimento em suas várias dimensões que formam o talento do profissional e o torna valioso para a empresa. A criação dele começa, portanto, com a habilidade de se criar desafios e saber alinhar os propósitos do profissional ao da empresa.

Entretanto, uma vez criado, o próximo estágio que se impõe é a retenção deste profissional nos quadros da organização. Neste ponto é importante observar que as pessoas não se demitem das empresas, demitem-se de seus líderes. O indivíduo sabe que do mesmo modo que teve de se esforçar para lapidar seus talentos, a empresa teve uma contribuição decisiva não apenas proporcionando-lhe o emprego, mas treinamento e desafios para seu crescimento. Entretanto, o empresário não deve esperar reconhecimento por isso. Muitos se desiludem por achar que pelo fato de terem investido valores e tempo no desenvolvimento do empregado, este lhe deve lealdade ou mesmo compromisso para manter-se em seu posto por um tempo que represente o retorno sobre o investimento no treinamento. A realidade é que as pessoas para ficarem na empresa devem perceber que são respeitadas, pagas adequadamente e que possuem futuro. Por esta razão que se deve ter um profundo interesse em se manter antes de mais nada um clima organizacional positivo a partir do respeito a todos seus liderados. Além disso a empresa deve ter ações constantes para o crescimento. É a falta de crescimento que gera dúvidas sobre as possibilidades de futuro do profissional dentro da empresa. Quando se tem de forma permanente o crescimento como meta, os desafios automaticamente ficam cada vez maiores, realimentando o ciclo.

Contudo, se você decide pagar menos a seus funcionários para ter dinheiro para treiná-los, é melhor nem fazer o treinamento. Salários não são determinados pelo quanto você investe na formação de seu empregado, pelo prestígio de sua marca ou mesmo por seu carisma. Salários são determinados primordialmente pelo mercado. O melhor que a empresa pode fazer é pagar em acordo com ele e preocupar-se de forma constante e consistente com a formação de seus líderes. Eles são os principais responsáveis pela perda de talentos na organização devido acima de tudo por sua pouca formação em habilidades de liderança e que muitas vezes foram aprendidas de forma empírica e quase sempre inadequada. Não é raro nos workshops de liderança que ministro ver líderes que não sabem dar um feedback, fazer o follow up, delegar ou ao menos se comunicarem apropriadamente com seus liderados. Não há como se criar e reter talentos com executivos sem as habilidades mínimas de liderança.

Gerar desafios constantes alinhando propósitos empresariais e pessoais, pagar salários em acordo com o mercado e desenvolver continuamente seus líderes são ações que aumentam as possibilidades de se criar e reter talentos na empresa. São eles que garantem o futuro da organização.


terça-feira, 4 de novembro de 2008

Avaliar e seus critérios

Nesta instituição de formação profissional, baseamo-nos em práticas pedagógicas para o ensino tecnológico e científico. Os conteúdos que abordo em sala de aula ou laboratório visam fornecer ao aluno informações que o ajudarão a identificar, mensurar e avaliar a melhor forma de tomar decisões. Espero que com o tempo ele faça isso, profissionalmente ou não. É claro que não sou um professor perfeito, longe disso, mas depois de 26 anos de trabalho, usando diversos modelos de avaliação escolar, percebi algumas coisas:

a) Reproduzi durante os primeiros anos de trabalho o modelo discriminador e excludente que a sociedade de então ditava como certo, sem pensar muito nas conseqüências. Hoje tenho clareza de meu papel, de minha responsabilidade e do quanto posso influir na vida das pessoas, por pouco que seja. Já vi inúmeros alunos mudando de vida e de suas famílias;
b) Já avaliei para exercer poder, pra punir, e algumas vezes para beneficiar um aluno mais do que outro. Mas também já dei um empurrãozinho para que uma oportunidade não se perdesse. Hoje eu vejo a avaliação como um caminho de mão dupla; do mesmo modo que avalio o aluno estou me avaliando, e “medindo” o quanto tenho sido bom e justo como professor (ou me auto-enganando?). Porém só eu sei o quanto estou sento honesto profissionalmente, já que não preciso usar de nenhuma retórica comigo mesmo.
c) Vários sistemas de avaliação já utilizei: pontos corridos de zero a cem; de zero a dez em quatro unidades com pesos 2, 3, 2 e 3; sistema de conceito. As médias já foram 60, depois 7, hoje é 6 e com conselho e sem conselho. Para cada um destes “modelos” tem uma parafernália de explicações, teorias e justificativas cada uma melhor do que a outra se não, não funciona.

Penso que um instrumento de avaliação, antes de ser adotado, deverá ser validado. Só aí, através de critérios apropriados pode oferecer qualidade, confiabilidade e segurança. Validação significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro.

Outra coisa tambem é quando analisamos os instrumentos de avaliação e seus critérios, existe a necessidade de se verificar que processos mentais exigimos dos alunos: memorização, associação, comparação, explicação, análise, síntese, proposição de alternativas, habilidade motora, etc. Que tipo de avaliação vamos fazer?


1) avaliação diagnóstica: fazemos está avaliação quando queremos verificar como está o processo de construção do conhecimento, se nossos métodos estão dando resultado efetivos e a partir destas constatações tomarmos decisões sobre a continuidade do nosso trabalho.

2) avaliação classificatória: utilizamos essa forma simplesmente para separar os que sabem e os que não sabe, para aprovar ou reprovar;

3) avaliação formativa: após avaliar o processo como um todo, realimentaremos o processo para sanar falhas e atingir objetivos proposto sempre priorizando a "construção" e não o resultado.

Só não podemos perder de vista que a credibilidade desta Instituição foi construída e se manteve pela capacidade de profissional de seus funcionários (professores e técnicos administrativos) e alunos. Esta reputação que abre portas para nossos alunos deve recair sobre quem? Se algum colega está deixando de fazer o que lhe é devido, lá fora sua reputação também está sendo construída no momento em que os profissionais perguntarem aos alunos/estagiários “Quem foi seu professor que ensinou isso?”.

Prepará-los para o mundo real não é um favor que fazemos. Quando criamos facilitações para nossos alunos em qualquer dos mecanismos de interação (avaliação, aulas, conselhos, etc.), com a justificativa de que isso faz parte de políticas compensatórias, acabamos por fazer as escolhas que são deles. Não os deixamos crescer.

José Lamartine Neto
CEFET-BA/DTEE/Automação
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O anúncio de Olavo Bilac

O anúncio de Olavo Bilac Autoria desconhecida Certa vez, um grande amigo do poeta Olavo Bilac queria muito vender uma propriedade rural, um ...